Lixo: 90 por cento dos trabalhadores em greve

O quarto e último dia de paralisação dos trabalhadores da recolha de lixo e limpeza urbana da Câmara de Lisboa, que se cumpre esta quinta-feira, teve uma adesão acima dos 90 por cento, disse à agência Lusa fonte sindical.

Joaquim Jorge, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) acrescentou que das 108 viaturas que saem no turno da noite para recolha de lixo apenas saíram duas para assegurar os serviços mínimos de recolha nos hospitais.

No período diurno, iniciado às 06:00, saíram apenas três das 65 viaturas que saem habitualmente, acrescentou.

Referiu que face a estes valores a greve contou com uma adesão «superior a 90 por cento».

Os cantoneiros não estão abrangidos pela greve, mas a lavagem a varredura de ruas também não está a processar-se, uma vez que o lixo acumulado já é muito pelo que não vale a pena varrer ou lavar as ruas sem que se recolha primeiro o lixo, disse.

Acrescentou que por essa mesma razão, e apesar de os cantoneiros não estarem de greve, estão apenas a proceder à limpeza de matas.

Os trabalhadores da recolha de lixo e limpeza e higiene urbana vão reunir-se para fazer um balanço dos quatro dias de greve, iniciada segunda-feira, que na prática se traduziu por cinco dias sem recolha de lixo e varredura e limpeza das ruas.

Na próxima semana os trabalhadores daquele sector, que já solicitaram uma reunião com o presidente da Câmara, António Costa, vão fazer plenários com os trabalhadores para os informar da adesão à greve e decidir «novas formas de luta que não excluem mais greve» caso a autarquia «não dê garantias de abandonar qualquer tentativa de privatização naquele sector», concluiu Joaquim Jorge.

O presidente da Câmara António Costa tem negado qualquer intenção da autarquia vir a privatizar o sector de recolha de lixo e higiene urbana em Lisboa, considerando esta greve «extemporânea».