Mau tempo: rede de drenagem saturada - TVI

Mau tempo: rede de drenagem saturada

  • Portugal Diário
  • 18 fev 2008, 16:39
Cheias em Sacavém (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Câmara de Lisboa aponta saturação como causa da maioria das inundações

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A câmara de Lisboa aponta a saturação das redes de drenagem como a causa da maioria das inundações que afectaram esta segunda-feira a cidade, e lembrou que está previsto um investimento de 200 milhões de euros para melhorar o saneamento, escreve a Lusa.

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente da autarquia, Marcos Perestrello afastou a hipótese das inundações estarem relacionadas com a falta de limpeza das sarjetas, responsabilizando antes a «situação de insuficiência dos sistemas de drenagem».

«O primeiro problema foi a precipitação anormal e muito concentrada no tempo. Depois, verificou-se a saturação das redes de drenagem», afirmou o também vereador com o pelouro do Espaço Público.

«Não teve nada a ver com a limpeza de sarjetas, que é feita regularmente. Numa enxurrada destas são arrastados detritos e terra que entopem automaticamente as sarjetas», justificou.

Trafaria foi a zona mais afectada em Almada

Lisboa: o pior já passou

O autarca anunciou que serão apresentadas, em Março, as conclusões da terceira fase do Plano Geral de Drenagem que já «permite identificar os principais problemas [da rede de esgotos] e os investimentos necessários».

Para melhorar as infra-estruturas de saneamento, a câmara deverá investir entre 160 a 200 milhões de euros durante a próxima década.

Alcântara vai ser uma das zonas de intervenção prioritária.

«É uma zona que precisa de uma intervenção profunda, não é preciso uma precipitação anormal para que fique alagada», lembrou.

Durante a manhã desta segunga-feira, as fortes chuvadas submergiram cerca de 200 carros que se encontravam num segundo piso subterrâneo da garagem do edifício «Alcântara-Rio».

Questionado sobre eventuais responsabilidades do município em prejuízos deste género, Marcos Perestrello declarou que era necessário analisar primeiro a situação, que desconhecia.

Segundo o vereador, este tipo de inundações em edifícios pode estar associado a vários tipos de problemas: «não é só a saturação da rede. Também existem erros urbanísticos e de infra-estruturas e insuficiências do parque habitacional construído, sobretudo nos edifícios mais antigos».

Os esgotos de Lisboa são constituídos por uma rede unitária que recolhe tanto as águas residuais como as pluviais.

«É uma rede muito antiga que não mereceu durante 30 anos os investimentos de que deveria ter beneficiado», salientou Marcos Perestrello, considerando que os vários executivos municipais se limitaram a fazer «operações elementares de manutenção da rede».
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