Sindicatos dizem que 30 mil professores vão continuar no desemprego - TVI

Sindicatos dizem que 30 mil professores vão continuar no desemprego

  • 30 ago 2018, 21:14
Manifestação de professores em Lisboa

Além da acusação da Fenprof, a FNE considera ter havido uma "falta de respeito" com o prazo de divulgação de listas de colocações

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP, considerou esta quinta-feira que se vão manter no desemprego, para já, mais de 30.000 professores e educadores, lamentando que as colocações de docentes não resolveram os problemas de precariedade.

Tendo em consideração o número de candidatos ao concurso externo, que havia sido divulgado pelo Ministério da Educação, manter-se-ão no desemprego, para já, mais de 30.000 professores e educadores", diz um comunicado da Fenprof, que entretanto já convocou uma greve e uma manifestação para outubro.

Num comentário à publicação das listas de docentes colocados, a Fenprof diz que estas colocações “não resolveram os problemas de precariedade, instabilidade e injustiça que são vividos pelos docentes”.

No documento a estrutura sindical lamenta também, como de resto já tinha dito numa conferência de imprensa na tarde de hoje, que só agora tenham sido divulgadas as colocações, já que se inicia o ano escolar na próxima segunda-feira.

Os professores, diz a Fenprof, ficam com apenas um dia útil “para refazerem toda uma vida, em muitos casos a centenas de quilómetros das suas residências familiares”, pelo que a “divulgação tardia” constitui “um profundo desrespeito pelos professores e pelas suas famílias”.

O Ministério da Educação, ao referir, no comunicado que emitiu, que as listas são divulgadas a duas semanas do arranque do ano letivo, “parece desvalorizar todo o trabalho que é feito nas escolas até ao dia em que os alunos se irão apresentar, trabalho esse que se iniciará um dia útil depois da divulgação destas listas”, diz a Fenprof.

No comunicado afirma-se ainda que a revisão da atual legislação de concursos, “que não mereceu o acordo da Fenprof, no sentido de resolver as injustiças que o atual provoca e de combater, efetivamente, a precariedade do corpo docente, continuará a ser uma das prioridades da luta dos professores”.

A Fenprof diz ainda que é preciso agora verificar aspetos como o número de docentes que se mantém em situação de “horário zero”, e o número de horários nas escolas que continuam por preencher.

"Falta de respeito"

Por seu lado, a Federação Nacional da Educação (FNE), afeta à UGT, considerou "uma falta de respeito" para com os professores a divulgação hoje das listas de colocação para o próximo ano letivo, por lhes deixar "muito pouco tempo" para organizarem a sua vida.

Em vez de prepararem o ano letivo, os professores estão preocupados em como vão organizar a sua vida", afirmou à Lusa o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, numa referência aos docentes que ficaram colocados em escolas longe da sua residência habitual e da sua família.

Para a tutela, a publicação das listas de colocação de professores ocorreu "dentro do calendário previsto, a duas semanas do início das aulas", permitindo assegurar "a normalidade no arranque do ano letivo".

O secretário-geral da FNE considera, no entanto, o prazo "uma falta de respeito" para com os docentes colocados, uma vez que as listas são divulgadas a dois dias úteis de os professores se apresentarem nas escolas.

Para João Dias da Silva, teria sido mais justo que as listas de colocação tivessem sido divulgadas em finais de julho para dar tempo aos professores para organizarem a sua vida pessoal.

Segundo o dirigente da FNE, todos os anos há "incerteza das escolas", ao não saberem se vão ter todos os docentes de que necessitam, e "angústia dos professores", ao desconhecerem em que escolas vão ficar colocados.

O problema seria resolvido, de acordo com João Dias da Silva, se as escolas fossem dotadas de um quadro de "professores imprescindíveis" para preencher "necessidades permanentes".

O recurso às listas de colocação só deveria, disse, ser usado pelas escolas para suprimir necessidades pontuais, em caso por exemplo de doença ou reforma de um professor.

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