Cada vez mais doentes precisam de transplante de rim - TVI

Cada vez mais doentes precisam de transplante de rim

Cirurgia única de transplante

Lista de espera está a crescer devido à maior acessibilidade ao tratamento, indica coordenadora nacional para esta área

 As listas de doentes que esperam por um órgão transplantado aumentou cinco por cento, em 2015, em grande parte devido ao crescimento da lista de espera para transplante de rim, revelou esta terça-feira a coordenadora nacional para esta área.

Ana França falava durante uma sessão sobre transplantação que decorreu no Salão Nobre do Hospital de São José, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na sessão, Ana França manifestou “grande preocupação” pelo facto de esta lista de espera ter aumentado (mais quatro por cento), mas, no final do encontro, explicou aos jornalistas que o aumento se deve à maior acessibilidade ao tratamento.

“Melhorou o acesso das pessoas ao tratamento e aumentou a idade média dos doentes” transplantados, disse.

Ana França sublinhou ainda que Portugal é um dos países com mais doentes em tratamento (diálise).

Fernando Rodrigues, do gabinete coordenador de colheitas e transplantação do Hospital de São José referiu que, entre 2012 e 2016, registou-se um crescimento saudável desta atividade, sendo “o gabinete que mais colhe em Portugal”.

Este responsável alertou para o aumento da idade dos dadores de órgãos, que se situa entre os nove dias e os 89 anos. No caso dos mais velhos, apenas é possível aproveitar o fígado para transplante.

Este Centro colheu 237 órgãos em 2015 e 245 em 2016.

Aida Botelho de Sousa, diretora da Hemato-oncologia do CHLC, levou à sessão a necessidade de mais quartos de isolamento, contando esta unidade com apenas quatro.

No caso dos transplantes de medula, é fundamental existirem condições para responder a eventuais problemas causados pela imunodepressão provocada, no âmbito do tratamento.

A instituição apresenta ainda bons resultados ao nível da transplantação de córnea, do coração e do fígado.

De acordo com José Fragata, diretor do Centro de Referência de Transplante Pulmonar e Transplante Cardíaco, o Hospital de Santa Marta já realizou 148 transplantes cardíacos, a uma média de oito a dez por ano, o que classificou de “pouco”.

Melhores são os números dos transplantes pulmonares, que este ano ascendem a 24. A meta da equipa é atingir os 35 transplantes por ano.

Santa Marta é também referência na cardiologia pediátrica. Desde 2005, foram realizados 15 transplantes cardíacos, inclusive a um recém nascido com 70 dias e que foi o bebé mais novo a submeter-se a esta intervenção.

O ministro da Saúde esteve presente na sessão, tendo a sua presença visado reconhecer o trabalho dos profissionais deste centro hospitalar.

Sem adiantar pormenores sobre o futuro hospital Oriental de Lisboa, que acolherá os hospitais que compõem o CHLC, o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu que a sua equipa está a trabalhar para que a construção avance o mais rapidamente possível.

De acordo com o ministro, a transplantação é uma das prioridades deste governo.

A sessão terminou com um momento musical protagonizado pelo cantor lírico Pedro Tavares, que recebeu um pâncreas transplantado em maio, no Hospital Curry Cabral (CHLC).

Continue a ler esta notícia