O escritor é vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Presidido por Manuel Alegre, o júri destacou, na atribuição, por unanimidade, "a construção sólida" do romance "O Coro dos Defuntos", que conquistou o galardão no valor de 100 mil euros.
"Estamos perante um romance que tem uma construção sólida, conduzindo o leitor através de uma escrita que inscreve, em paralelo, o percurso do país e o do mundo", lê-se na ata do júri.
Os jurados realçaram ainda a "versatilidade na composição da narrativa e no cruzamento de vozes e perspetivas correspondente à diversidade de personagens".
No texto da ata lê-se ainda que "um aspeto original é o interesse de uma ficção que está sempre a surpreender, integrando aspetos de crenças e visões do mundo popular que tocam o fantástico."
"O romance reanima, com conhecimentos empático e com ironia, uma ruralidade ancestral - flagrante nos ambientes e nos modos de viver, nos horizontes de crença e nos saberes empíricos, na linguagem e na imaginação mítica", escreveu o júri.
Os jurados afirmam ainda que "é sempre o plano narrativo que predomina, dado através do recurso a uma forma inovadora na apresentação da voz narrativa que alterna entre o quadro da província beirã e o mundo da emigração na Suíça e nos Estados Unidos".
O Prémio LeYa foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir “um romance inédito escrito em português”, segundo o regulamento.
Além de Manuel Alegre, o júri foi constituído pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, o reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, Lourenço do Rosário, e a professora da Universidade de São Paulo Rita Chaves.
O júri tinha-se reunido na segunda-feira e voltou a reunir-se hoje de manhã para deliberar sobre o vencedor de 2015.
“O rasto do jaguar”, do brasileiro Murilo Carvalho, foi o primeiro vencedor, em 2008, no ano seguinte o romance vencedor foi “O olho de Hertzog”, do moçambicano João Paulo Borges Coelho.
Em 2010, dada a falta de qualidade dos candidatos, não foi entregue o galardão, mas, em 2011, foi distinguida a obra “O teu rosto será o último”, de João Ricardo Pedro, que este ano integra a lista de finalistas do Prémio Sinbad-Città de Bari, na categoria de narrativa estrangeira, em Itália.
“Debaixo de algum céu”, de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012 , e, em 2013 , o prémio foi atribuído a “Uma outra voz”, de Gabriela Ruivo Trindade.
“O meu irmão”, de Afonso Reis Cabral, foi o vencedor em 2014 .