«Desde que era pequeno, queria ser escritor» - TVI

«Desde que era pequeno, queria ser escritor»

Vencedor do Prémio Leya 2014, Afonso Reis Cabral, em entrevista na TVI24

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O vencedor do Prémio Leya 2014, Afonso Reis Cabral, disse esta quinta-feira que nunca quis ser outra coisa que não romancista. Em entrevista na TVI24, o escritor de 24 anos desvalorizou a importância de ser trineto de Eça de Queiroz e manifestou-se esperançoso no futuro, apesar de todas as dificuldades do país.

«Quando fosse grande, e desde que era pequeno, queria ser escritor. Não havia outro caminho na minha vida. E, por isso, ir para um curso de Literatura era a minha vocação», afirmou.

Confrontado com a realidade do país em que vive e com a conjuntura da austeridade, o escritor de 24 anos revelou que nunca se sentiu angustiado com a ameaça do desemprego jovem, nem considerou a hipótese de emigrar: «Percebo perfeitamente que angustie, as circunstâncias são complicadas, mas acho que uma das características de ser jovem é ter esperança. Um jovem sem esperança não é um jovem».

Questionado sobre se o facto de ser trineto de Eça de Queiroz é uma inspiração, Afonso Reis Cabral desvalorizou o impacto do antepassado no seu percurso como escritor.

«Eça de Queiroz, para mim e para qualquer outro português, é sempre uma inspiração, independentemente de ter havido esta coincidência genética de ser trineto de Eça de Queiroz. Claro que é uma honra, uma coisa da qual me orgulho, mas não vejo como mais influência ou mais angústia do que qualquer outro escritor português que vê naquele colosso que foi Eça de Queiroz um antepassado», assegurou. 

No que diz respeito à história de «O meu irmão», o livro com que ganhou o Prémio Leya 2014, Afonso Reis Cabral admitiu que é uma história muito pessoal, mas realçou que já fez a catarse da história, escrevendo-a, e recusou a ideia de autobiografia.

«Neste momento não me emociono, mas claro que escrevê-la foi um processo demorado e foi um processo duro, também. Agora não quero de maneira nenhuma identificar o romance com uma autobiografia ou com qualquer coisa parecida», sublinhou. «Acho que todos os escritores têm que escrever sobre o que conhecem, escrever sobre o que lhes dói de alguma maneira, senão a escrita não funciona. E portanto, acho que isso foi feito, mas não o identifico como uma autobiografia ou qualquer coisa assim», reiterou.
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