Duas mil pessoas deste concelho vivem em zonas de risco - TVI

Duas mil pessoas deste concelho vivem em zonas de risco

Loures

Há bairros em Loures que foram construídos em leito de cheia ou em terrenos geologicamente instáveis

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Cerca de duas mil pessoas do concelho de Loures vivem em zonas de risco, alertou esta quinta-feira um seminário sobre Áreas Urbanas de Génese Ilegal. Em causa, estão bairros construídos em leito de cheia ou em terrenos geologicamente instáveis.

O seminário “AUGI e Construção Ilegal”, que decorre durante o dia de hoje no Salão da Cooperativa Alto dos Moinhos, na Apelação, concelho de Loures, visa discutir o problema das construções em zonas de risco e relatar experiências de alguns municípios na recuperação de áreas de suscetíveis de reconversão.

Hoje de manhã, na sessão de abertura, intervieram o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), e o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), João Pereira Teixeira, que focaram a sua intervenção nas AUGI que não podem ser reconvertidas.

“Com a revisão do PDM [Plano Diretor Municipal] abre-se uma porta para muitos bairros, mas infelizmente existem outros que são insuscetíveis de recuperação”, ressalvou Bernardino Soares. Segundo apontou o autarca, nessas condições existem no concelho cerca de 1000 fogos, onde residem 2.000 pessoas, numa área aproximada de 100 hectares.

“Estimamos que seria necessário um investimento de 50 milhões de euros para podermos resolver totalmente esta situação. No entanto, este problema não pode ser resolvido à escala municipal, mas sim regional”, defendeu.

Por seu turno, em declarações à agência Lusa, o presidente da CCDR-LVT, João Pereira Teixeira, afirmou que aquela entidade tem estado a trabalhar no sentido de encontrar uma solução para essas áreas e também a realizar um levantamento populacional.

“Felizmente na área metropolitana de Lisboa essas situações de elevado risco não são muitas. Sabemos que temos de reformular aquelas áreas que não podem ser requalificadas e que essas são as mais difíceis porque os investimentos são maiores e também a resistência das populações é maior”, apontou.

Contudo, o responsável sublinhou que a Assembleia da República está a ultimar nova legislação sobre a temática das AUGI, que deverá ser publicada “nos próximos dias”.

“É um problema nacional, regional e municipal. Só com uma intervenção das três esferas será possível resolvê-lo”, defendeu.

Segundo dados fornecidos à Lusa no final de 2012 por algumas autarquias da área Metropolitana de Lisboa, existem nesta região cerca de 750 bairros localizados em áreas insuscetíveis de reconversão, devido à instabilidade do terreno ou pelo facto de estarem construídos em linhas de cheia.
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