Cartão vermelho: Vieira chega a tribunal para responder ao juiz Carlos Alexandre - TVI

Cartão vermelho: Vieira chega a tribunal para responder ao juiz Carlos Alexandre

  • Luís Varela de Almeida
  • Henrique Magalhães Claudino
  • HCL
  • 10 jul 2021, 08:10

Vieira e os outros três detidos no processo chegaram ao tribunal às 09:03, depois de pernoitarem pela terceira vez consecutiva nas instalações do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica suspenso de funções, já chegou ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) - onde vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, no âmbito do processo ‘cartão vermelho’, que investiga negócios e financiamentos suscetíveis de configurarem vários crimes.

Ao que a TVI conseguiu apurar no local, o empresário e os outros três detidos no processo chegaram cerca das 9:03, depois de terem pernoitado pela terceira vez consecutiva nas instalações do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide.

Luís Filipe Vieira, de 72 anos, será a última das quatro pessoas detidas no âmbito da investigação ‘Cartão Vermelho’ a ser ouvida pelo juiz Carlos Alexandre, antes da aplicação das medidas de coação.

Na sexta-feira, o empresário José António dos Santos foi o primeiro a prestar declarações, durante a manhã, seguindo-se, da parte da tarde, os interrogatórios de Bruno Macedo e de Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira.

Também na sexta-feira, Luís Filipe Vieira comunicou a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica – nas quais foi substituído por Rui Costa -, por intermédio do seu advogado, à porta do TCIC, onde aguardava para ser presente a primeiro interrogatório judicial, o que só acontecerá hoje.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os quatro detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

No entanto e nos últimos dias, têm sido revelados alguns detalhes sobre o esquema "ardiloso" elaborado pelos envolvidos. A TVI sabe que o gabinete de Miguel Moreira no Estádio da Luz foi alvo de buscas na quarta-feira e a sua caixa de correio eletrónico copiada para ser analisada no âmbito da investigação, a Operação Cartão Vermelho.

Miguel Moreira, administrador da SAD do Benfica, é visado na mesma investigação em que o presidente do clube foi detido, sabe a TVI, precisamente por alegado conluio com Luís Filipe Vieira num esquema que visava comprar, a baixo custo, a dívida que este tinha ao Novo Banco por via da sua empresa Imosteps. Procuraram "proveitos a que sabiam não ter direito", diz o procurador Rosário Teixeira. 

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