Rosa Grilo e amante confrontados em tribunal com provas do crime - TVI

Rosa Grilo e amante confrontados em tribunal com provas do crime

Viúva de Luís Grilo e António Joaquim são acusados de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida

Um ano depois do crime, o homicídio do triatleta Luís Grilo chega à barra do Tribunal. Rosa Grilo e António Joaquim, viúva e o homem com quem ela manteria uma relação extraconjugal são acusados de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.

O desaparecimento de Luís Grilo foi comunicado às autoridades a 16 de agosto de 2018. Foi a própria viúva quem comunicou o desaparecimento, numa alegada tentativa de confundir as autoridades. Mas o triatleta estaria morto desde 15 de julho, vítima de um tiro certeiro na cabeça, que terá sido disparado pelo suposto amante da mulher.

O intuito de ambos seria poderem assumir a relação, garantindo uma folga financeira que lhes permitisse viver sem problemas. Além das contas bancárias, da casa e da empresa, Luís Grilo tinha vários seguros de vida, de que Rosa e o filho (à data com 12 anos) eram beneficiários e cujo montante ascendia a mais de 500 mil euros.

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Depois de, de acordo com a acusação, terem morto o atleta, os dois amantes desfizeram-se do corpo, tentando várias manobras para acelerar a decomposição do mesmo e evitar a identificação da vítima: enrolaram um saco plástico à volta da cabeça de Luís Grilo e outro à volta de uma perna onde estava uma tatuagem facilmente identificativa.

Ainda de acordo com o despacho de acusação, despiram o corpo e embrulharam-no num edredão. Transportaram-no de carro até um terreno que constitui reserva de caça, a 20 quilómetros de Benavila, localidade onde vivem os pais de Rosa Grilo, e a cerca de 160 quilómetros da casa do casal, em Vila Franca de Xira.

O corpo foi encontrado a 28 de agosto de 2018 e Rosa Grilo detida a 26 de setembro, com prisão preventiva decretada três dias depois. Aguarda o desenrolar do processo no Estabelecimento Prisional de Tires.

Tribunal de júri

Rosa Grilo e António Joaquim vão ser julgados em tribunal de júri, uma prática que não é inédita em Portugal, mas é pouco comum. Em 10 anos, entre 2008 e 2017, realizaram-se 110 julgamentos com júri. A esmagadora maioria (76) em casos de crimes contra a vida. Ainda não há dados compilados relativos ao ano de 2018 e muito menos relativamente ao ano corrente.

O tribunal de júri foi pedido pelo Ministério Público. Além do coletivo de juízes, composto por três magistrados, Rosa e António vão ser julgados por mais quatro populares, que passaram por um processo de seleção apertado que culminou no último mês de julho.

Com idades entre os 25 e os 61 anos, uma rececionista de hotel, um empresário, uma desempregada e um assistente operacional vão estar em pé de igualdade com os magistrados na decisão quer da culpa como da decisão acerca da pena a aplicar em caso de condenação. Embora tenham assumido ter opinião formada sobre o caso garantiram ao juiz que vão ser imparciais.

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Há ainda quatro jurados suplentes, que, apesar de não se sentarem na bancada, com os juízes e os jurados efetivos, têm de comparecer igualmente em todas as audiências, porque, a qualquer momento, se podem tornar efetivos.

António Joaquim já disse que vai falar no julgamento. Rosa Grilo, apesar de ter falado na fase de inquérito, ainda não decidiu se também fala em tribunal.

Há sessões marcadas até início de outubro, uma vez por semana, sempre à terça-feira.

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