A ministra da Saúde desvalorizou esta terça-feira a notícia do surgimento de crianças mal-nutridas no Hospital Amadora Sintra, sublinhando que os dados daquela unidade de Saúde não podem ser extrapolados para o país, noticia a Lusa.
«Neste momento não há nenhum problema desses no país», disse a ministra Ana Jorge, admitindo que existam, «como sempre existiram, algumas situações de maior risco», nomeadamente entre as crianças e os idosos.
Ana Jorge, que falava à margem da abertura do primeiro Congresso Nacional de Saúde Pública, que decorre entre terça e quarta-feira, em Lisboa, admitiu não ter «um conhecimento real do que se passa de facto», mas entende que não se deve «confundir» o que foi detectado no Hospital Amadora-Sintra com o que se passa a nível nacional.
A ministra sublinhou ainda que a situação está a ser acompanhada: «Neste momento está criado pela Direcção-geral de Saúde, com a Escola Nacional de Saúde Publica, um sistema de vigilância global para todas as idades, para toda a população, sobre os potenciais efeitos da crise na saúde dos portugueses».
Um sistema de vigilância que, como apontou a ministra, permite, «perante alguns indicadores, fazer o diagnóstico da situação e actuar em conformidade».
Recorde-se que no domingo a Lusa noticiou que crianças com fome e carências alimentares têm sido detectadas no hospital Amadora-Sintra desde há um ano e meio. A situação foi relatada pela assistente social do Serviço de Pediatria do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Madalena Barros, que associou o problema à debilitada situação económica de muitas famílias.
Também o director-geral da Saúde, Francisco George, admitiu que já existem «casos pontuais» de crianças com fome devido à crise, mas «ainda não constituem um problema de dimensão preocupante».
Não há crianças com fome em Portugal, diz ministra
- tvi24
- -LM
- 14 abr 2009, 12:41
Ana Jorge reconhece apenas «situações de maior risco». DGS fala em «casos pontuais»
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