Mafalda: quando a vontade é maior que a sentença de morte - TVI

Mafalda: quando a vontade é maior que a sentença de morte

Quando nasceu, disseram aos pais que não viveria mais que algumas horas, depois que não aguentaria sequer a viagem da maternidade até casa, por fim, que não passaria da idade pré-escolar. Mafalda Ribeiro já fez 31 anos, licenciou-se em Comunicação, trabalhou como técnica de comunicação na Valor Sul, é oradora motivacional e escritora, comprou casa própria e é uma mulher independente

Nasceu com uma sentença de morte determinada. O último prognóstico médico foi que Mafalda Ribeiro não chegaria sequer ao ensino primário. Nasceu com a chamada a doença dos ossos de vidro, mas nunca se deixou travar pelas limitações físicas. Agora é uma mulher independente e uma profissional respeitada.
 
Uma lição de vida que nos foi contada na TVI24, no programa «Questionário Íntimo», com José Alberto de Carvalho.
 

«Sempre tive esta sede de viver a vida de uma maneira em que cada diz é como se fosse o último. (…) Quando eu nasci já tinha o prognóstico de estar com os pés para a cova… ou com as rodas para a cova», explica Mafalda Ribeiro.

 
Com um sentido de humor desconcertante, respondeu a todas as questões do «Questionário Íntimo». Mesmo as mais delicadas:
 

«Não ter um grande pescoço é uma coisa que me irrita um bocadinho. (…) Mas, mais uma vez, tem um lado bom: gasto menos dinheiro em bijuteria. Uso menos colares».

 

«A minha maior estravagância é ter muitos pares de sapatos. E alguns de salto alto. Porque… uma cadeira de rodas… uns sapatos de saltos altos. Mas eu, de facto, gosto muito de sapatos»

 
Tem 31 anos e é uma mulher de sucesso: faz palestras, escreve livros, viajou… viajou muito… adquiriu casa própria e é independente.
 
Como todos, talvez mais que todos, a vida tem-lhe apresentado também desafios difíceis. O maior de todos foi ver partir a mãe, de forma prematura e inesperada. Talvez por isso o seu maior medo seja agora perder o pai.
 
Mas Mafalda está rodeada de amigos que cuidam, que tratam, que abdicam do seu tempo para a acompanhar e sobretudo que se esquecem das suas diferenças: «às vezes, abrem-me as portas e ficam à espera que eu avance, como se estivessem à espera que eu avançasse e esquecem-se que têm de me empurrar».
 
Já fez quase 100 fraturas e reconhece que não passa um dia sem dor física. Mas isso não lhe abala a fé, o bem mais precioso que tem, nem a relação com Deus. Não concebe a vida sem Ele, apesar de achar que «devia estar com um sentido de humor desgraçado» quando a criou.
 
E Mafalda não se cansa de dizer «obrigada»: «Só posso dizer obrigada pela oportunidade, porque eu tinha tudo para não estar cá»
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