Uma lição de vida que nos foi contada na TVI24, no programa «Questionário Íntimo», com José Alberto de Carvalho.
«Sempre tive esta sede de viver a vida de uma maneira em que cada diz é como se fosse o último. (…) Quando eu nasci já tinha o prognóstico de estar com os pés para a cova… ou com as rodas para a cova», explica Mafalda Ribeiro.
Com um sentido de humor desconcertante, respondeu a todas as questões do «Questionário Íntimo». Mesmo as mais delicadas:
«Não ter um grande pescoço é uma coisa que me irrita um bocadinho. (…) Mas, mais uma vez, tem um lado bom: gasto menos dinheiro em bijuteria. Uso menos colares».
«A minha maior estravagância é ter muitos pares de sapatos. E alguns de salto alto. Porque… uma cadeira de rodas… uns sapatos de saltos altos. Mas eu, de facto, gosto muito de sapatos»
Tem 31 anos e é uma mulher de sucesso: faz palestras, escreve livros, viajou… viajou muito… adquiriu casa própria e é independente.
Como todos, talvez mais que todos, a vida tem-lhe apresentado também desafios difíceis. O maior de todos foi ver partir a mãe, de forma prematura e inesperada. Talvez por isso o seu maior medo seja agora perder o pai.
Mas Mafalda está rodeada de amigos que cuidam, que tratam, que abdicam do seu tempo para a acompanhar e sobretudo que se esquecem das suas diferenças: «às vezes, abrem-me as portas e ficam à espera que eu avance, como se estivessem à espera que eu avançasse e esquecem-se que têm de me empurrar».
Já fez quase 100 fraturas e reconhece que não passa um dia sem dor física. Mas isso não lhe abala a fé, o bem mais precioso que tem, nem a relação com Deus. Não concebe a vida sem Ele, apesar de achar que «devia estar com um sentido de humor desgraçado» quando a criou.
E Mafalda não se cansa de dizer «obrigada»: «Só posso dizer obrigada pela oportunidade, porque eu tinha tudo para não estar cá».