Juiz nega acusações de prostituta: “É uma calúnia que me atinge como homem e como pai” - TVI

Juiz nega acusações de prostituta: “É uma calúnia que me atinge como homem e como pai”

Em entrevista à Rádio Renascença, o juiz Joaquim Manuel Silva diz que vai processar Ana Loureiro: “Nunca frequentei uma casa de prostituição”

O juiz do Tribunal de Família e Menores de Mafra Joaquim Manuel Silva diz que vai processar Ana Loureiro, que garante “não conhecer”. O magistrado deu uma entrevista à Rádio Renascença, onde atribui o que considera uma “difamação” a movimentos radicais feministas.

Isto não pode ser gratuito. Hoje [sexta-feira] tínhamos a audição sobre a residência alternada na Comissão Parlamentar. Foi adiada. A notícia vir na véspera de eu ir à Assembleia da República é muita coincidência. O objetivo está conseguido. Há pessoas contra e pessoas a favor da residência alternada. Quem é o juiz que fixa mais residências alternadas sem problemas? Eu: tenho 50%. Tenho para aí uns 500 processos por ano", diz.

O magistrado que Ana Loureiro diz que via depoimentos de jovens para memória futura enquanto lhe faziam sexo oral garante nunca ter estado com nenhuma prostituta: "Nunca frequentei nenhuma casa de prostituição".

É uma calúnia que me atinge em primeiro lugar como homem, como pai de dois filhos. Isto é uma coisa de uma gravidade incalculável. É um ataque gratuito e tem que ser apurado. Estou incrédulo. Irei defender-me onde tiver que me defender. Vou processar esta senhora”, garante Joaquim Manuel Silva.

Joaquim Manuel Silva garante que, embora “incrédulo” pela acusação de Ana Loureiro, a situação “não foi uma novidade”. Denuncia que recebeu “uma mensagem de um advogado há duas semanas”: “Queria ter uma conversa comigo, ‘de cidadão para cidadão’, para ‘evitar danos colaterais’, qualquer coisa assim – a mensagem está gravada. Disse-lhe que não sou cidadão; sou juiz, sempre. Não cheguei a falar com ele, mas achei que aquilo tinha um tom claramente ameaçador. Pensei que vinha aí qualquer coisa. Mas quem não deve não teme, não é? Afinal tenho que temer.”

Ana Loureiro, dona de uma casa de prostituição, foi ouvida no Parlamento, em junho, durante a discussão de uma petição para a defesa da legalização daquela atividade. Perante os deputados, a mulher denunciou aquilo que apelidou hipocrisia de personalidades que, em privado, praticam atos contrários às suas posições públicas. E deu como exemplo um juiz que veria, no telemóvel, depoimentos de crianças abusadas para memória futura, enquanto uma prostituta lhe praticava sexo oral. Na audição parlamentar, Ana Loureiro não quis denunciar o nome do juiz. Contudo, perante potenciais indícios de ilícito, o Parlamento comunicou o caso ao Ministério Público e o Conselho Superior de Magistratura abriu um processo. O nome do juiz acabou por ser tornado público na última quinta-feira.

O nome do juiz denunciado por Ana Loureiro foi avançado pela TVI, que contactou o magistrado, que se recusou a prestar declarações.

Agora, em entrevista à Renascença Joaquim Silva nega todas as acusações: “Não tenho vídeos de crianças no telemóvel. As declarações das crianças só devem ser prestadas uma vez. A criança presta declarações para memória futura no inquérito criminal, conduzido pelo juiz de instrução, e o que faço no meu processo não é ouvir, nunca pedi gravações para memória futura e isso está registado. Não peço porque o que eu quero é o acórdão que prova ou não prova [o crime], ou a decisão Ministério Público a arquivar. É sempre essa a minha metodologia.”

Tenho que defender a minha honra. Podem ver os meus equipamentos todos, podem ver tudo, os registos estão lá. Devem ver. Eu preciso que vejam tudo, para que depois digam que não há nada. Porque não há!”, garante o juiz.

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