Violência doméstica continuou a aumentar em 2016 - TVI

Violência doméstica continuou a aumentar em 2016

Violência doméstica: três queixas registadas por hora em 2015

No primeiro semestre do ano passado, os casos registados aumentaram face a igual período de 2015, um ano em que quase mil mulheres e crianças tiveram de ser acolhidas em situação de emergência

A PSP e a GNR registaram 13.123 ocorrências de violência doméstica no primeiro semestre de 2016, um número que revela o aumento de um por cento em relação ao mesmo período de 2015.

O documento “Violência doméstica – 2015, relatório anual de monitorização”, da responsabilidade da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, indica que as forças de segurança receberam mais 125 participações no primeiro semestre de 2016 em relação ao período homólogo de 2015.

O maior número de queixas foi apresentado à PSP, que registou um aumento de 3,6 por cento nos primeiros seis meses de 2016 face a período idêntico do ano anterior. Já as participações que chegaram à GNR diminuíram 2,6 por cento.

Segundo o mesmo documento, a GNR recebeu 5.461 queixas de violência de doméstica e a PSP 7.662.

Os distritos com mais queixas de violência doméstica, nos primeiros seis meses de 2016, foram Lisboa (3047), Porto (2357) e Setúbal (1108).

Os dados relativos ao primeiro semestre de 2016 apontam para um ligeiro aumento de ocorrências participadas às forças de segurança, tornando-se no entanto necessário aguardar pelo final de 2016 para confirmar ou infirmar esta tendência”, refere ainda o relatório.

Mais de 500 mulheres em situação de emergência

Cerca de 520 mulheres e 420 crianças foram acolhidas, em 2015, nas 19 casas de acolhimento de emergência para vítimas de violência doméstica.

Um estudo da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa, refere que foram sobretudo as situações de violência cometida pelo cônjuge ou companheiro que suscitaram o pedido de apoio junto dos serviços (93,8%).

As forças de segurança foram as principais fontes de referenciação de utentes em 2015, referidas por 50,8% das valências, a Segurança Social (46,9%) e as estruturas de atendimento (35,9%).

Na sequência do pedido de apoio devido a violência doméstica, cerca de 70% das valências refere que a separação entre a vítima e o agressor é “o desenlace mais comum”.

No que respeita aos serviços oferecidos, o estudo destaca a carência ao nível de apoio especializado a crianças e pessoas idosas, apartamentos de autonomização e unidades residenciais para vítimas sem critérios para acolhimento.

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