Cerca de 5.000 polícias manifestam-se em Lisboa - TVI

Cerca de 5.000 polícias manifestam-se em Lisboa

  • AM
  • 25 out 2018, 19:35

Manifestantes, sobretudo elementos da PSP e GNR, saíram da Praça do Comércio às 18:40

Cerca de cinco mil polícias manifestam-se hoje em Lisboa para exigirem atualizações salariais e protestarem contra a falta de efetivos e de investimento nas forças e serviços de segurança.

O número de polícias presentes na manifestação, que decorre entre a Praça do Comércio e a Assembleia da República, foi avançado pelos organizadores do protesto - a Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança.

Os manifestantes, sobretudo elementos da PSP e GNR, saíram da Praça do Comércio às 18:40 e gritam palavras de ordem como "Cabrita o que é isto? Um país seguro e os polícias nisto", "Oh Costa, basta de empurrar, a segurança não se faz a brincar", "Polícias Unidos Jamais serão Vencidos".

Apesar de o Ministério da Administração interna (MAI) ter anunciado hoje que vai pagar a partir de janeiro de 2019 os subsídios relativos ao período de férias, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que "vale a pena manter a luta", porque o problema não fica totalmente resolvido, faltando saber como serão pagos os retroativos desde 2011.

Paulo Rodrigues disse também que há outros problemas na PSP, designadamente falta de efetivos e de investimento, dando como exemplo as deficiências ao nível da frota automóvel e do sistema informático.

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, disse à Lusa que o MAI fez promessas em dia de protesto, mas o que é necessário é resolver problemas como o desbloqueamento das carreiras, a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas e o reconhecimento da profissão de desgaste rápido.

Durante o protesto, os polícias empunharam bandeiras dos vários sindicatos representados e exibiram cartazes onde se pode ler: "Basta de desconsideração", "Exigimos o desbloqueamento das carreiras" e "Cumpram as leis e as decisões judiciais".

Integram a CCP dos sindicatos e associações do setor, a ASPP, a APG, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, o sindicato dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os profissionais da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Seis dezenas de polícias manifestam-se no Funchal

Cerca de 60 polícias concentraram-se no Funchal, em frente ao Palácio de São Lourenço, residência oficial do representante da República para Madeira, em apoio ao protesto nacional organizado pela estrutura que congrega os sindicatos e as associações do setor.

"Esta concentração sindical, para além de ser justa, é legitima e é muito oportuna, porque achamos que não podemos ficar calados, não podemos ficar impávidos e serenos perante aquilo que está a acontecer", disse o comissário Adelino Camacho, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP).

O dirigente considerou que os deputados da Assembleia da República estão a "tratar muito mal" os agentes de segurança, bem como a "desrespeitar" e a "desconsiderar" as instituições politicais e os seus profissionais.

Adelino Camacho sublinhou que o Orçamento do Estado para 2019 "ignora e esquece" os problemas das forças de segurança, nomeadamente ao nível do investimento em meios humanos e materiais.

"Estamos a falar de um Orçamento em que 80% é para pagar salários e 20% é para a direção nacional gerir 20 comandos, incluindo os comandos metropolitanos e Lisboa e do Porto e os comandos regionais dos Açores e da Madeira", indicou, vincando que, deste modo, os problemas vão persistir.

"O comando regional padece das mesmas falências e das mesmas dificuldades e daí que estamos a ser solidários com os colegas do continente", disse o representante da ASPP/PSP da região autónoma, vincando que "qualquer decisão que afete os colegas no continente vem também afetar, de forma direita ou indireta, os profissionais na Madeira".

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