Fragata Hermenegildo Capelo é afundada sábado em Portimão - TVI

Fragata Hermenegildo Capelo é afundada sábado em Portimão

Fragata Hermenegildo Capelo é afundada sábado em Portimão

Navio da Marinha é o terceiro de quatro a integrar o «Ocean Revival», um parque subaquático para mergulho, na costa algarvia

Os trabalhos de descontaminação da fragata Hermenegildo Capelo, da Marinha Portuguesa, estão concluídos e o navio está em condições para ser afundado no sábado ao largo de Portimão, disse esta quinta-feira à Lusa o promotor do projeto.

De acordo com o presidente da associação Submar, Luís Sá Couto, «os trabalhos de descontaminação e limpeza, que decorreram ao longo de sete meses, estão concluídos e já foram emitidas as licenças para que se proceda ao afundamento do navio».

A fragata Hermenegildo Capelo é o terceiro dos quatro navios da Marinha que vão integrar o «Ocean Revival», um parque subaquático para mergulho, na costa algarvia, depois dos afundamentos da corveta «Oliveira e Carmo» e do navio patrulha «Zambeze», em 2012. «Óleos, amianto e todas as substâncias nocivas e perigosas foram retiradas, restando apenas o casco e alguns materiais que não representam perigos de contaminação do meio marinho», observou Luís Sá Couto.

De acordo com o promotor, os trabalhos de descontaminação dos quatro navios estão orçados em cerca de 2,4 milhões de euros, verba que está a ser angariada pela empresa junto de grupos privados.

«Devido à conjuntura económica, a angariação de verbas tem sido muito complicada, porque atravessamos uns tempos muito maus, há outras prioridades e já passou o tempo em que havia disponibilidade para estas coisas», explicou.

Segundo o responsável, «a maioria das verbas angariadas é proveniente de mergulhadores e pessoas ligadas à temática do mergulho, existindo ainda esperança de se conseguirem alguns fundos de apoio europeu».

O projeto «Ocean Revival» tem um custo global estimado de três milhões de euros e irá criar um recife artificial para dinamizar e explorar o turismo de mergulho no Algarve.

«Este segmento de mercado permite colocar a região no circuito internacional de mergulho, devido ao clima e à abundância de espécies de fauna e flora marítima», destacou Luís Sá Couto.

Desde que os dois primeiros navios foram afundados, já foram realizados cerca de 2.400 mergulhos, «o que demonstra bem a importância deste projeto», contou o responsável.

A fragata Hermenegildo Capelo F481, a única sobrevivente da classe em Portugal, foi adquirida na década de 60 do século XX e com várias missões nas águas africanas e no Extremo Oriente, foi o primeiro navio da Marinha de Guerra Portuguesa a incorporar militares femininos.

Com 2.700 toneladas e 102 metros de comprimento, o navio vai juntar-se no sábado, pelas 13:00, à corveta Oliveira e Carmo e ao navio-patrulha Zambeze, afundados em 2012, seguindo-se, em setembro, o afundamento do navio oceanográfico Almeida Carvalho.

Os quatro navios foram cedidos a custo zero pela Marinha Portuguesa à Câmara de Portimão, que estabeleceu uma parceria com a empresa Submar, já que o promotor privado não podia receber os navios diretamente da Marinha.

As embarcações ficam submersas a 30 metros de profundidade, assentes num banco de areia a 5,5 quilómetros ao largo de Alvor, ficando a parte mais alta do navio a cerca de 15 metros da superfície, para não causar impedimentos à circulação marítima.
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