Os sindicatos da educação anunciaram esta quarta-feira um calendário de greves que se pode estender até à primeira semana de outubro, para exigir a contagem integral do tempo de serviço congelado aos professores.
Em conferência de imprensa, em Lisboa, o secretário geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, que falava em nome das 10 estruturas sindicais que convocam as greves, adiantou que a greve às avaliações, entre 18 a 29 de junho, poderá estender-se até 15 de julho, se “o problema não estiver resolvido”.
Os sindicatos admitem também, se o Governo persistir na posição de não contar todo o tempo de serviço congelado, uma greve ao primeiro dia de aulas do próximo ano letivo, a 14 de setembro, e quatro dias de greve na semana de 5 de outubro, feriado nacional que coincide com a celebração do Dia Mundial do Professor.
Governo já reagiu e fala em 140 milhões de euros
A proposta do Governo de contagem de tempo de serviço de dois anos e nove meses para as progressões dos professores custará 140 milhões de euros brutos anualmente a partir de 2023, avançou hoje fonte do Governo.
O impacto será de 113 milhões de euros, sem contar com a Taxa Social Única (TSU), revelam as contas do executivo.
A proposta dos sindicatos, que exigem considerar para efeitos de progressão todo o tempo de serviço que esteve congelado (nove anos, quatro meses e dois dias), significaria um acréscimo na despesa de 635 milhões de euros, ou seja, cinco vezes mais, adiantou a mesma fonte.
Os números avançados pelo executivo não têm em conta o faseamento das progressões, uma vez que o modelo não está fechado no caso dos professores, e são adicionais ao descongelamento faseado já em curso para toda a administração pública previsto na Lei do Orçamento do Estado de 2018.
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, já disse que só aceitaria a proposta do Governo sobre a recuperação do tempo de serviço congelado, caso se trate de "uma primeira tranche".
Na terça-feira no parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o descongelamento com a recuperação de todo o tempo de serviço custaria 600 milhões aos cofres do Estado.
Hoje os sindicatos da educação anunciaram um calendário de greves que se pode estender até à primeira semana de outubro, para exigir a contagem integral do tempo de serviço congelado aos professores.