Covid-19: ministra da Saúde diz que pico da doença terá sido entre 23 e 25 de março - TVI

Covid-19: ministra da Saúde diz que pico da doença terá sido entre 23 e 25 de março

  • Bárbara Cruz
  • Com Lusa
  • 18 abr 2020, 13:18

Em conferência de imprensa, Marta Temido avisou que o país terá de estar preparado para alternar períodos de contenção com outros de maior alívio e que consultas e cirurgias adiadas no SNS por causa da pandemia vão ser remarcadas a partir da próxima semana

A ministra da Saúde anunciou este sábado em conferência de imprensa que a incidência máxima de Covid-19 em Portugal ter-se-á registado entre os dias 23 e 25 de março, acrescentando que o SNS retomará na próxima semana as atividades assistenciais programadas que tinham sido desmarcadas devido ao novo coronavírus, nomeadamente consultas ou cirurgias que tinham sido consideradas não urgentes. 

Em Março, revelou a ministra, o SNS fez menos cerca de 300 mil consultas nos centros de saúde, menos 180 mil nos hospitais e menos nove mil cirurgias.  O decreto de 16 de abril que determinava o reagendamento das consultas e cirurgias não urgentes vai ser suspendo "no decurso da próxima semana".

O que iremos fazer nos próximos dias é um reagendamento da atividade asisstencial não realizada, garantindo que começamos por dar prioridade aos casos que têm indicação clínica para tal", frisou a ministra da Saúde.

Para a reabertura da atividade normal nas unidades de saúde, será adotado um conjunto de medidas como "reforço de equipamento de proteção" de profissionais, higienização e reorganização de locais como as salas de espera.

Marta Temido disse ainda que o país tem de estar preparado para alternar períodos de maior contenção com períodos de maior alívio, porque esta será, provavelmente, a melhor estratégia para combater a doença.

A ministra anunciou ainda que, nos últimos cinco dias, se verificou uma redução do risco de transmissibilidade para 0,91%, ou seja, cada pessoas infetada gera 0,91% de casos.

“São números que nos encorajam, mas também nos responsabilizam”, disse Marta Temido.

Alertando que “erradicar a Covid-19 não parece possível no curto e médio prazo”, a ministra explicou que alternar contenção com alívio será feito "não porque nos enganámos na estratégia ou porque errámos, mas porque essa alternância, essa adaptação constante de comportamentos poderá mesmo ser o melhor caminho possível para todos”, frisou.

A governante notou que, “com esforço de todos, está a ser possível trazer o número de novos casos para níveis aos quais o Serviço Nacional de Saúde [SNS] tem conseguido responder”, mas “o risco de recrudescimento mantém-se”.

Portugal regista este sábado 687 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na sexta-feira, e 19.685 infetados (mais 663), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Comparando com os dados de sexta-feira, em que se registavam 657 mortos, hoje constatou-se um aumento de 4,6%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, os dados da DGS revelam que há mais 663 casos do que na sexta-feira, representando uma subida de 3,5%.

A região Norte é a que regista o maior número de mortos (393), seguida pelo Centro (157), pela região de Lisboa e Vale Tejo (124), do Algarve (9) dos Açores (4), adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de sexta-feira.

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