358 mil mulheres morreram a dar à luz ou durante a gravidez - TVI

358 mil mulheres morreram a dar à luz ou durante a gravidez

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Relatório da ONU sobre o ano de 2008 mostra que a mortalidade materna desceu 34 por cento, mas objectivo ainda está por cumprir

Ainda se morre a dar à luz ou durante a gravidez. Ainda há muitas mães em perigo no mundo. Os números dão que pensar. Cerca de 358 mil casos de mortalidade materna ocorreram no mundo em 2008, representando uma diminuição de 34 por cento em relação aos níveis de 1990. 99 por cento das mortes ocorrem nos países em desenvolvimento.

Estes dados estão integrados num estudo divulgado esta quarta-feira por três agências das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, quando faltam apenas cinco anos para atingir o prazo fixado para o cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM), entre os quais a redução da mortalidade materna em três quartos e o acesso universal à saúde reprodutiva.

Durante o período de 1990 a 2008, em 147 países houve um declínio na taxa de mortalidade materna, mas o progresso não alcançou o mínimo necessário para reduzir as mortes em 5,5 por cento ao ano, o que permitiria alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir estes óbitos em 75 por cento até 2015. As agências envolvidas acreditam que os progressos nesta área têm sido modestos, embora em alguns casos encorajadores.

A África subsaariana e o sul da Ásia acumularam 87 por cento de todas as mortes maternas globalmente, com 313 mil óbitos em 2008.

65 por cento dos casos ocorreram em apenas 11 países: Afeganistão, Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia, Quénia, Nigéria, Paquistão, Sudão e Tanzânia.

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e Banco Mundial mostram que em 2008 houve 42 mil mortes de mulheres grávidas devido por sida.

Na África subsaariana, nove por cento de todas as mortes maternas devem-se ao vírus da sida e o estudo destaca que, sem essas mortes, a taxa de mortalidade materna na região teria sido de 580 óbitos por cada 100 mil nascimentos em vez de 640.

Por região, a maior taxa de mortalidade materna foi da África subsaariana (640), seguida pelo sul da Ásia, com 280 mortes por 100 mil nascimentos, Oceania (230), sudeste da Ásia (160), norte da África (92) América Latina (85), oeste da Ásia (68) e leste da Ásia (41).

Quatro países apresentaram em 2008 uma taxa extremamente alta de mortalidade materna, com pelo menos mil mortes a cada 100 mil nascimentos: Afeganistão, Chade, Guiné-Bissau e Somália.
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