Notícia TVI: milionário suspeito de pagar orgias com grupo de menores - TVI

Notícia TVI: milionário suspeito de pagar orgias com grupo de menores

  • Henrique Machado
  • 13 nov 2019, 20:43

Matthias Schmelz, empresário alemão famoso pelos aspiradores Rainbow, está a ser investigado por recrutar estudantes de classe média alta e alta para sexo a três, diário, em sua casa

O ego desmedido e a exposição da vida privada, pelas exibições ostensivas no YouTube do jacuzzi, sauna, ginásio e outros luxos das casas onde vive, na linha do Estoril, são parte de uma estratégia de marketing. Traçam a imagem pública do alemão que, em livros publicados e nas entrevistas à comunicação social, vende o "sonho americano". Alguém, que, do zero, se fez milionário. O sucesso de Matthias Schmelz, e 59 anos, foi no entanto traído pelo lado negro do rei dos aspiradores Rainbow – sob suspeita de recorrer de forma compulsiva à prostituição de menores, sabe a TVI. Está sob investigação da Polícia Judiciária, em articulação com o DIAP de Lisboa, há largos meses. Contactado pela TVI, nega ter praticado qualquer crime e recusa fazer mais comentários.

É suspeito de ter organizado em sua casa, a um ritmo quase diário, orgias com raparigas, estudantes, a maioria de 16 e 17 anos – uma tem 14 –, que contratava por telemóvel, via aplicação WhatsApp. Pagava em média, a cada uma, 500 euros por sessão de sexo, e juntava sempre duas menores, que normalmente são amigas. Uma era a recrutadora, com quem o empresário contactava – e muitas das orgias ocorriam de dia, a seguir às aulas. Em cerca dez envolvidas, mais de metade são menores. Matthias Schmelz chegava, inclusive, a parar os seus carros topo de gama à porta da escolas onde ia buscar as menores – algumas de classe alta e média alta, que vivem em condomínios com os pais e estudam em Lisboa e na linha de Cascais. Tudo isto foi prática diária nos últimos meses – e revela um esquema secreto e organizado.

Schmelz, sub suspeita dos crimes de recurso à prostituição de menores e lenocínio de menores, continua em liberdade – apesar de já ter sido sujeito a ações de apertada vigilância. Foi inicialmente denunciado por uma mãe indignada por saber que a filha menor tinha sido aliciada para uma orgia.

Casa assaltada

A moradia na zona de Cascais era uma referência para jovens, menores ou não, ligadas a Matthias Schmelz – o dono da casa. Era ali que participavam em orgias com o milionário e também em festas. Sem ele. Foi o que aconteceu na noite de 21 de março, enquanto o empresário estava no estrangeiro. Uma jovem brasileira de 18 anos ficou responsável pela casa, onde recebeu amigos, até que, pelas 23h00, foram vítimas de sequestro e assalto armado – encomendado por outra jovem, de 18, que conhecia aquela moradia de uma festa na véspera e reparou em vários bens de luxo.

Nem sempre as raparigas com quem o alemão se cruzava eram de classe alta ou média alta. E neste caso trata-se de uma jovem que vive em Paio Pires, no Seixal, que viu uma oportunidade de pagar as suas dívidas com o produto do roubo. Por isso arregimentou um grupo de amigos da margem sul, que espalharam terror na moradia. Três jovens, dois de 18 anos e um de 27, encapuzados, invadiram a casa e sequestraram a rapariga que ficou responsável pela casa – foi amarrada de pés e mãos com fita, depois de um dos assaltantes lhe ter encostado uma faca ao pescoço. Sofreu pequenos golpes ao tentar resistir. Estavam na casa mais seis jovens que ficaram aterrorizados e correram a esconder-se em quartos do primeiro andar, tendo um deles telefonado para o 112, que deu o alerta para a central da PSP.

Rapidamente avançaram patrulhas do Estoril e de Cascais, que cercaram a casa e não deram hipóteses de fuga ao gang. Um dos elementos, de 18 anos, foi apanhado a tentar fugir por uma varanda e a desfazer-se de uma faca, enquanto outros dois tentaram escapar pelas traseiras, sem sucesso. Foram localizados ao esconderem-se na vegetação do parque de Palmela. A PSP não se ficou por aqui e acabou por apanhar, já perto da estação de comboios de Cascais, a jovem de 18 anos que fora a mentora do crime. Estava com outra jovem, de 21 anos, do Seixal, e ainda tentaram fugir.

Todos foram presentes a tribunal, no dia seguinte, onde alguns revelaram ao juiz o contexto em que conheciam aquela casa e o proprietário. Saíram em liberdade e, nessa altura, Matthias Schmelz soube que estava a ser investigado.

 

 

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