Cheias alagaram Vilariça, a maior zona de hortícolas de Bragança - TVI

Cheias alagaram Vilariça, a maior zona de hortícolas de Bragança

Acidente [Reuters]

Chuva intensa dos últimos dias teve como consequência culturas quase totalmente devastadas. Nesta zona do sul do distrito de Bragança localiza-se um dos vales mais férteis do país

A maior zona de produção de hortícolas do distrito de Bragança, no Vale do Vilariça, está alagada pelas cheias provocadas pela chuva intensa dos últimos dias, com perdas totais de culturas, disse à Lusa um representante local.

Fernando Brás, presidente da Associação de Beneficiários do Regadio do Vale da Vilariça, disse que “90% da zona dos hortícolas foi afetada e ainda está alagada”, nomeadamente nas zonas de Vilariça, Sampaio, Junqueira, Horta da Vilariça e Foz do Sabor.

Nesta esta zona do sul do distrito de Bragança localiza-se um dos vales mais férteis do país, o Vale do Vilariça, com diversas culturas, em que têm um peso significativo as hortícolas, que acabaram de ser plantadas para as novas colheitas.

Segundo Fernando Brás, ainda que os agricultores encarem a hipótese de repor as plantações, não sabem se e quando o podem fazer, visto as previsões meteorológicas continuarem a apontar para chuva nos próximos dias.

Além das culturas há também outros prejuízos a contabilizar, nomeadamente em “infraestruturas como componentes eletrónicos, contadores, e sistema de telegestão de rega”.

Esta zona, ainda de acordo com o dirigente, tem sido constantemente fustigada por cheias e já não é a primeira vez que alguns agricultores perdem tudo, devido ao aumento do caudal da ribeira da Vilariça e do rio Sabor.

Fernando Brás disse não entender a razão porque “a EDP não atuou preventivamente”, já que se encontra construído todo o complexo da barragem do Baixo Sabor, precisamente naquela zona, com duas barragens, uma mais pequena, a jusante, com capacidade de bombear água para armazenamento na principal, a montante.

A mesma questão colocou uma jovem agricultura da zona, Catarina Martins, numa exposição por escrito feita hoje às autoridades locais e a que a Lusa teve acesso.

A jovem agricultora lembra que já foi vítima de situações idênticas em 2013 e 2014 e pergunta onde estão as entidades para responder aos prejuízos, nomeadamente EDP, concessionária da barragem, Proteção Civil, municípios e Centro de Previsão de Cheias”.

A deputada do PS por Bragança, na Assembleia da República, Júlia Rodrigues, anunciou que já fez a comunicação da situação ao Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte, “dando-lhe conta das legítimas preocupações e solicitando uma avaliação técnica dos prejuízos causados pelas cheias, tendo em vista minorar os impactos económicos avultados”.

De acordo com a exposição, as cheias em terrenos agrícolas afetaram ainda a freguesia de Cedães, em Mirandela, no distrito de Bragança.

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