Açores: passagem da tempestade Gaston será mais crítica à noite - TVI

Açores: passagem da tempestade Gaston será mais crítica à noite

  • Redação
  • CF - Notícia atualizada às 15:35
  • 2 set 2016, 11:55
EU VI - Furacão Alex - Ilha Terceira - Açores (foto enviada por Filipe Fernandes)

Começou como um furacão mas está perdendo gradualmente intensidade. Atinge o arquipélago desde o início da tarde. Esperam-se rajadas de vento na ordem dos 100 km/h

A tempestade tropical Gaston está a passar pelos Açores. 

A intensidade máxima de rajada de vento registada até ao momento foi 83 quilómetros por hora, na ilha das Flores, Açores, devido à passagem da tempestade tropical Gaston, informou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Estamos a verificar já o aumento da velocidade do vento nas Flores e no Corvo. E brevemente poderemos observar rajadas de vento na ordem dos 100 quilómetros por hora ou mais até”, disse o delegado nos Açores do IPMA, Diamantino Henriques, em declarações à agência Lusa.

A Proteção Civil nos Açores garantiu que o dispositivo "está preparado" para a passagem da tempestade tropical pelo arquipélago. Chuva, vento e ondas gigantes são aguardadas nas próximas horas. Os Açores estão em aviso laranja, mas a população está tranquila. 

"Todo o dispositivo está preparado e informado. Todas as entidades governamentais, nomeadamente as Obras Públicas, o Ambiente, as Florestas e os Transportes e todos os presidentes de Câmaras Municipais e respetivos serviços municipais de proteção civil foram informados das medidas, assim como os corpos de bombeiros dos grupos afetados", declarou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, José Dias, em declarações aos jornalistas.

A companhia aérea SATA Air Açores, que voa entre as nove ilhas do arquipélago, cancelou hoje dois dos cinco voos previstos para a ilha das Flores, afetando cerca de 200 passageiros, devido à tempestade tropical ‘Gaston’.

Contactado pela agência Lusa o porta-voz da transportadora, António Portugal, adiantou que dos cinco voos programados para hoje para a ilha das Flores, no grupo Ocidental, foi possível realizar três e apenas dois tiveram de ser cancelados "devido ao vento forte".

Manhã sem ocorrências relacionadas com a tempestade tropical

Entretanto, o Governo dos Açores informou que, até o início da tarde, a Proteção Civil ainda não registou “qualquer tipo de ocorrência" relacionada com a passagem da tempestade tropical ‘Gaston’.

Prevê-se que o período mais crítico para o Grupo Ocidental (Flores e Corvo) ocorra pelas 18:00 (mais uma hora em Lisboa) e para o Grupo Central (Terceira, Graciosa, Faial, Pico e São Jorge) pelas 00:00 (mais uma hora em Lisboa), "estando agendada uma nova atualização com o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) pelas 21:00".

A mesma nota do gabinete de imprensa do executivo regional refere, ainda, que o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, reuniu, ao fim da manhã de hoje, com a Proteção Civil para “se inteirar dos últimos desenvolvimentos e preparativos relativos à tempestade tropical Gaston”.

"Apesar deste tipo de eventos não ser desconhecido ou raro nos Açores, é de importância fundamental que todos sigam as recomendações da Proteção Civil, de forma a minimizar a possibilidade de ocorrência de danos. Esses cuidados e o pôr em prática dessas recomendações é responsabilidade das entidades públicas, mas é também responsabilidade de cada um de nós", salientou Vasco Cordeiro, citado na nota.

Açores sob aviso laranja 

Uma nota do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) emitida às 10:40 locais (mais uma hora em Lisboa) cita o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicando que "o furacão Gaston diminuiu de intensidade, encontrando-se agora como tempestade tropical a aproximadamente 500 quilómetros a oeste do Faial, com deslocamento para este a 24 km/h, devendo atingir o arquipélago dos Açores a partir do meio-dia, afetando as ilhas dos grupos Ocidental e Central".

A Proteção Civil dos Açores referia, no entanto, que se mantém os níveis de alerta laranja para os grupos Ocidental (Flores e Corvo) e Central (Terceira, Graciosa, Faial, Pico e São Jorge) devido às previsões de vento, precipitação e agitação marítima.

As populações das ilhas das Flores e do Corvo, nos Açores, aguardavam "tranquilas" pela chegada da tempestade tropical Gaston, uma vez que estão "habituadas a tempo adverso", asseguraram hoje à Lusa três presidentes de Câmara.

"As pessoas estão calmas. Já estão mais ou menos habituadas a tempo adverso. Não há pânico", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal das Lajes das Flores, Luís Maciel, acrescentando que os serviços autárquicos vão estar ao serviço e de prontidão para "o que for preciso".

As ilhas do grupo ocidental (Flores e Corvo) e central (Terceira, Faial, Graciosa, Pico e São Jorge) dos Açores estão hoje sob 'Aviso Laranja' devido à previsão de agitação marítima e vento provocadas pela passagem da tempestade tropical 'Gaston'.

Luís Maciel adiantou, ainda, que no concelho das Lajes das Flores foi já decidido encerrar a creche da Casa do Povo durante o dia de hoje, "por precaução".

No concelho vizinho, Santa Cruz das Flores, o presidente da Câmara referiu que a população também está "calma e expectante", sendo que o 'Gaston' é o tema que domina hoje todas as conversas.

"Temos já algum vento, o céu está encoberto, mas é uma situação perfeitamente normal. As pessoas estão habituadas", afirmou José Carlos Mendes, alegando que pelas ruas, nas casas e nos espaços comerciais não se fala de outro assunto que não seja a tempestade tropical 'Gaston'.

Segundo disse José Carlos Mendes, para já não se coloca a possibilidade de encerrar serviços municipais.

Já na mais pequena ilha dos Açores, o Corvo, onde vivem menos de 500 pessoas, o presidente da única Câmara Municipal revelou à Lusa que a população está a precaver os seus bens e a aguardar a chegada do Gaston.

"Nota-se a agitação marítima com alguma diferença, mas os pescadores e pessoas que possuem barcos já os guardaram em sítios seguros", disse José Manuel Silva, acrescentando que, apesar de ainda não estar a chover, o céu está já muito encoberto.

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