Linhas de água “cheias de lamas” em Castanheira de Pera depois da chuva - TVI

Linhas de água “cheias de lamas” em Castanheira de Pera depois da chuva

  • SS
  • 7 jul 2017, 13:59
O que resta de Pedrógão Grande

A chuva que se fez sentir na quinta-feira não entrou na terra e acabou por fazer escorrer "cinzas e lamas" para os cursos de água da região

As linhas de água em Castanheira de Pera ficaram "cheias de lamas" e a albufeira da Praia das Rocas ficou "bastante negra" na sequência da chuva que se verificou nesta quinta-feira e que levou as cinzas da zona queimada para os cursos de água.

Há algumas situações complicadas, com linhas de água cheias de lamas", disse à agência Lusa Fernando Lopes, presidente do município de Castanheira de Pera, um dos concelhos afetados pelo incêndio que começou em Pedrógão Grande a 17 de junho e que causou a morte de 64 pessoas.

A chuva que se fez sentir na quinta-feira não entrou na terra e acabou por fazer escorrer "cinzas e lamas" para os cursos de água da região, tendo-se registado também "lamas nas estradas", contou.

Eventualmente, pode haver contaminação de água, mas não houve infiltrações. É uma questão a que vamos estar atentos, nomeadamente a fontes e a captações de água", explanou o edil.

Segundo o administrador da Praia das Rocas, José Pais, a chuva "fez algum estrago", tendo condicionado "as atividades" programadas para esta sexta-feira na Praia das Rocas, nomeadamente o ‘stand up paddle', que se realiza não na zona balnear, mas na albufeira, que ficou com a água "negra".

A água negra no lago inferior junto à Praia das Rocas ainda entrou na zona balnear e obrigou a administração a diminuir o nível de água naquela albufeira, por forma a garantir que não ocorre nenhuma passagem daquela água para o complexo turístico.

"Ainda chegou a entrar água negra" na zona balnear, mas o problema foi resolvido com o "reforço da limpeza" e diminuição do nível da água da albufeira, aclarou.

José Pais sublinhou ainda que a água da Praia das Rocas é tratada e renovada, antes de entrar no complexo, tirando situações, como ocorreram, de drenagem natural.

De acordo com o administrador, a contaminação ocorreu com água vinda da ribeira de Pera.

 

Autarca espera que desalojados possam ter casa no Natal

Também esta sexta-feira, Fernando Lopes disse que espera que as pessoas que ficaram desalojadas após o incêndio possam passar o Natal já nas suas casas.

Eu sou otimista por natureza. Vou trabalhar no sentido de que pelo menos no Natal todos os desalojados possam fazer a ceia nas suas casas", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Castanheira de Pera.

Segundo o autarca, ainda não há datas para o começo dos trabalhos de construção e reconstrução das casas afetadas.

No entanto, no sábado, haverá uma reunião com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, juntamente com outros membros do executivo e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, para se "definir a estratégia e fazer a programação".

Quero acreditar que na próxima semana seja possível dar passos muito grandes nesse sentido", afirmou Fernando Lopes.

Segundo o edil, a habitação é "a questão" que mais o preocupa, sublinhando que tem recebido também solidariedade para ajudar nessa área.

"Temos recebido vários contactos de uma série de empresas para ajudar mais a nível técnico e específico", nomeadamente engenheiros e empresas de construção civil, notou, congratulando-se pela "onda de solidariedade tremenda".

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas.

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