Marcelo ligou para os Açores para saber efeito das fortes chuvadas - TVI

Marcelo ligou para os Açores para saber efeito das fortes chuvadas

  • Agência Lusa
  • AG
  • 11 out 2021, 22:42
Efeitos do furacão Lorenzo nos Açores

Forte precipitação nos Açores provocou uma derrocada de pedras numa estrada em São Miguel e várias inundações em habitações

O Presidente da República falou esta segunda-feira com o presidente do Governo dos Açores para se inteirar dos efeitos do mau tempo na região, depois de aguaceiros fortes terem levado à inundação de habitações e vias públicas.

Numa nota de imprensa publicada na página oficial da Internet da Presidência da República, refere-se que Marcelo Rebelo de Sousa se informou “sobre a situação do mau tempo nos Açores”.

A forte precipitação nos Açores provocou uma derrocada de pedras numa estrada em São Miguel e várias inundações em habitações naquela ilha e na Terceira, bem como em várias vias públicas, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.

De acordo com a nota publicada pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “falou ao fim da tarde” com José Manuel Bolieiro, presidente do executivo regional, “para se inteirar dos efeitos do mau tempo em algumas ilhas dos Açores e das medidas tomadas para apoiar as populações afetadas”.

De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, na cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, registaram-se duas inundações em habitações, enquanto uma rua ficou obstruída no concelho da Praia da Vitória, a outra cidade da ilha.

No caso da ilha de São Miguel, o responsável municipal de Ponta de Delgada pela Proteção Civil, Pedro Azevedo, declarou à Lusa que teve lugar uma obstrução da via pública, devido à intensidade da chuva, na freguesia dos Ginetes.

Em São Vicente Ferreira, o pavilhão multiusos voltou a ser inundado.

Na freguesia dos Arrifes, as Arribanas ficaram fechadas ao trânsito, enquanto na Piedade, na mesma freguesia, se registaram inundações em habitações.

Pedro Azevedo referiu que o nível de água da lagoa das Sete Cidades “subiu consideravelmente”, o que deverá conduzir à necessidade de proceder a uma descarga, havendo por todo o concelho pastagens “muito encharcadas”.

Ao início da manhã, o mau tempo na ilha de São Miguel provocou uma derrocada na estrada regional das Pedras do Galego, na freguesia das Furnas, concelho de Povoação, obrigando à interrupção temporária da circulação.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sob aviso amarelo, até às 18:00 de terça-feira (mais uma hora em Lisboa), as ilhas do grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) por causa das previsões de precipitação por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada.

No caso das ilhas do grupo central (Terceira, São Jorge, Pico, Graciosa e Faial) o aviso amarelo devido à chuva, por vezes forte, e trovoada, vigorou até às 21:00.

O aviso amarelo meteorológico é o terceiro menos grave de uma escala de três.

Já a 28 de setembro, cinco casas das freguesias açorianas de Mosteiros e Sete Cidades, na ilha de São Miguel, ficaram sem condições de habitabilidade, na sequência de chuva forte.

Questionado pela Lusa, o secretário do Ambiente e Alterações Climáticas do Governo dos Açores, Alonso Miguel, disse não ser possível quantificar os custos dos prejuízos provocados pelo mau tempo, uma vez que as operações têm tido a “intervenção de vários departamentos do governo”, da Proteção Civil e da Câmara Municipal de Ponta Delgada.

O governante avançou que a região vai ter, até 2023, um sistema de alerta de cheias em bacias de risco para minimizar a possibilidade de inundações, um investimento de 1,9 milhões de euros. 

Segundo disse, aquele sistema é “importante” uma vez que as inundações mais frequentes registadas no arquipélago ocorrem devido a “cheias rápidas” que resultam de “episódios de precipitação muito intensa” com “consequências por vezes devastadoras”.

As características físicas das nossas bacias hidrográficas, atendendo também ao regime geral, naturalmente torrencial, e atendendo às dimensões pequenas e acentuadas dessas bacias, são aspetos que contribuem para um agravamento da periodicidade desses eventos”, assinalou.

Além dos aspetos geográficos, as alterações climáticas representam “outro risco de fator adicional”, segundo afirmou o governante que é mestre em Engenharia Ambiental e doutorado em Gestão Interdisciplinar da Paisagem.

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