Rio Douro galgou margens nas zonas ribeirinhas do Porto e Gaia e água deve voltar a subir - TVI

Rio Douro galgou margens nas zonas ribeirinhas do Porto e Gaia e água deve voltar a subir

  • BC - atualizada às 10:40
  • 20 dez 2019, 08:30

Douro está a alagar as zonas do Areinho e Afurada

O rio Douro galgou hoje as margens e inundou zonas ribeirinhas de Vila Nova de Gaia e do Porto, disseram à Lusa fonte dos Bombeiros e da Polícia Marítima.

De acordo com os Bombeiros Sapadores de Gaia, que registaram um total de 21 ocorrências durante a madrugada devido ao mau tempo, o Douro está a alagar as zonas do Areinho e Afurada.

Também a Polícia Marítima disse à Lusa que se registou “uma subida excessiva do nível da água”, do rio Douro que está alagar “zonas pedonais” do Porto e Gaia.

A fonte explicou à Lusa que a subida da água foi gradual, tendo galgado as margens cerca das 05:30.

As inundações em zonas ribeirinhas do rio do Douro, no Porto e Vila Nova de Gaia, deverão persistir ao longo do dia de hoje e no sábado, devido à necessidade de descargas das barragens, advertiu hoje a Autoridade Marítima.

Em conferência de imprensa realizada numa das zonas atingidas, em Miragaia, no Porto, o comandante Cruz Martins, da Capitania do Douro, disse que, depois da preia-mar, verificada às 09:30, a maré começou a vazar.

Nessa altura, iremos incrementar a descarga de barragens porque é necessário descarregar toda a água acumulada”, afirmou.

Deste modo, a nível da água - “que na zona de Miragaia atingiu 80 centímetros e é provável que chegue a um metro, antes de descer” - poderá voltar a subir.

É expectável que durante todo o dia de hoje e o dia de amanhã [sábado] tenhamos situações pontuais de alagamentos nestas zonas que já estão identificadas. As populações estão prevenidas para estas ocorrências”, alertou.

Cruz Martins disse que a descarga de barragens no Douro está a ser coordenada entre entidades portuguesas e espanholas e “no sentido de provocar o mínimo de inundações”.

Se não houvesse esta coordenação, provavelmente o nível de água já estaria em dois ou três metros”, acrescentou.

O comandante recordou que as águas do Douro não atingiam as zonas ribeirinhas destas duas cidades vizinhas desde 2006.

As águas do Douro galgaram as margens também no Pinhão, Alijó, distrito de Vila Real, inundando pelo menos quatro bares. 

Os afluentes do Douro, como o rio Tua, estão também, neste momento, a debitar muita água.

Mais abaixo do Pinhão, em Peso da Régua, o rio já submergiu os estabelecimentos localizados no cais fluvial, um bar e uma loja de artesanato, que já se encontravam vazios.

As atenções das autoridades centram-se agora na Avenida do Douro, a primeira artéria a ser afetada se o rio continuar a subir, podendo condicionar esta via de ligação a Mesão Frio.

A passagem da depressão "Elsa", em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou 70 pessoas desalojadas, registando-se até à manhã de hoje mais de 6.200 ocorrências.

Num balanço feito à agência Lusa cerca das 09:00 de hoje, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse que foram registadas 6.237 ocorrências desde quarta-feira, afetando em especial os distritos de Porto, Viseu e Lisboa.

O responsável destacou como ocorrências principais as quedas de árvores, movimentos de terras, inundações e quedas de estruturas. O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

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