Temporal em Lisboa: quem está a sacudir a água do capote? - TVI

Temporal em Lisboa: quem está a sacudir a água do capote?

Proteção Civil da Câmara de Lisboa acusou o IPMA de falhar previsões. Instituto garante que a Proteção Civil foi avisada. Autoridade Nacional garante que todos os Comandos Distritais foram alertados. Afinal, quem errou?

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Os eventuais responsáveis pela falta de preparação e resposta ao temporal que se abateu sobre Lisboa, esta segunda-feira, continuam por apurar. Após a tempestade, a Proteção Civil da Câmara de Lisboa acusou o IPMA de ter falhado as previsões, obrigando a cidade a preparar-se «à última da hora». Por sua vez, o Instituto garantiu que a Proteção Civil foi avisada telefonicamente, antes das 13:30. Já a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) confirmou as declarações do IPMA e garantiu que todos os Comandos Distritais foram todos alertados, assim como os sapadores de bombeiros, para a ocorrência de chuva intensa na segunda-feira.

«Tal como é nosso procedimento habitual, os avisos meteorológicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) foram reencaminhados para todas as salas de operação dos comandos distritais de operações de socorro (CDOS), que depois reencaminharam a informação para os serviços municipais de proteção civil», disse esta terça-feira à agência Lusa o Adjunto de Operações Nacional do ANPC, Miguel Cruz.

Miguel Cruz reagia assim às acusações, na segunda-feira, do vereador de proteção civil da Câmara Municipal de Lisboa de que o IPMA falhou as previsões meteorológicas.

«Na segunda-feira de manhã, por volta das 09:04, recebemos do IPMA um aviso amarelo de precipitação, que foi difundido de imediato. Cerca das 13:22 recebemos um contacto telefónico do IPMA de que estariam previstas condições meteorológicas adversas para o distrito de Lisboa, que iriam afetar a cidade com aguaceiros pontuais superiores a 20 milímetros», contou.

Miguel Cruz garantiu que a informação foi passada de imediato ao CDOS de Lisboa e aos Sapadores de Bombeiros, via telefone.

«Os CDOS reforçaram depois esta informação, enviando uma mensagem para todos os corpos de bombeiros do distrito de Lisboa e a todos os serviços municipais de proteção civil desses distritos», adiantou.

O Adjunto de Operação nacional salientou ainda que posteriormente foi feito acompanhamento e monitorização da situação, tendo-se registado entre as 13:30 e as 14:00 situações de maior complicação com queda de precipitação intensa e inundações na capital.

«Posteriormente às 15:15, quando recebemos do IPMA o aviso laranja, informamos novamente a proteção civil e os corpos de bombeiros», disse.

Entre as 14:00 e as 15:00 a cidade de Lisboa foi afetada pela queda de chuva intensa, que provocou inundações em algumas zonas da capital portuguesa, obrigando ao encerramento de uma estação de metro e impossibilitando a circulação de trânsito em alguns locais.

O vereador da Proteção Civil da Câmara de Lisboa, Carlos Castro, acusou o IPMA de não ter previsto tanta chuva, acrescentando que a cidade se teve de preparar «à última da hora».

Em declarações à Lusa, o Adjunto de Operações Nacional, Miguel Cruz, disse não querer «tirar conclusões» sobre as declarações de Carlos Castro.

«Eventualmente os serviços técnicos terão tido alguma dificuldade em transmitir-lhe a informação. O vereador poderia não estar na posse de todos os elementos (...). O que é certo é que este é o procedimento que é feito sempre que existem situações de avisos meteorológicos», garantiu.

Sobre os avisos laranja e amarelo emitidos pelo IPMA para o continente, Miguel Cruz garantiu que todos os dispositivos estão preparados e que está a ser feita uma monitorização apertada da situação.
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