Rui Rio admite: «Seis podem ir para o Bolhão» - TVI

Rui Rio admite: «Seis podem ir para o Bolhão»

Dez comerciantes avançam com providência cautelar para que seja garantido um mercado provisório antes do encerramento do Mercado do Bom Sucesso

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, admitiu esta terça-feira que os seis comerciantes do Mercado do Bom Sucesso (MBS) que ainda não assinaram o acordo com a empresa Mercado Urbano poderão instalar-se provisoriamente no Mercado do Bolhão.

De acordo com a Lusa, Rui Rio disse: «Os seis que não assinaram o acordo, se quiserem, podemos arranjar um local alternativo, o Mercado do Bolhão ou coisa assim, com certeza».

«Estava há muito tempo anunciado que seria no fim de Maio que encerrava o mercado. Dos cerca de 120 comerciantes só seis é que não assinaram o acordo. As coisas correram bem melhor do que à partida seria de esperar», referiu após ser questionado sobre a manifestação marcada para o dia de hoje, dia em que encerrou o MBS para dar início à requalificação do espaço.

«Gostaria que todos conseguissem, principalmente aqueles que não são tão idosos, arranjar a sua vida e montar um negócio idêntico ao que tinham. Já reparei que mesmo perto do MBS abriu uma loja de frutas e legumes. As pessoas receberam a indemnização, que legalmente até podia nem ser paga, mas entendeu-se que devia ser paga porque é justo. Espero que consigam», observou.

As obras de requalificação no MBS vão dotá-lo de um hotel, escritórios e um mercado modernizado que deverá estar terminado até ao final de 2013.

O projecto é da Mercado Urbano, subsidiária da bracarense Eusébios & Filhos, SA., que venceu o concurso público lançado pela Câmara do Porto para a requalificação e exploração do MBS.

Dez dos 120 comerciantes do interior do MBS anunciaram que vão avançar com uma providência cautelar para evitar o encerramento sem que esteja garantido um mercado provisório.

«Ao longo deste processo sempre foi dito que, quando o mercado encerrasse para obras, estaria disponível um mercado provisório. O objectivo da providência cautelar é assegurar que as pessoas possam continuar a sua actividade», explicou advogado Francisco Vellozo Ferreira na segunda-feira.

A maioria dos clientes do causídico já assinou o acordo para deixar o espaço, mas Vellozo Ferreira considera que os comerciantes «foram enganados», pelo que o documento será «ilegal».

O vereador da Protecção Civil, Controlo Interno e Fiscalização da Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, revelou no dia 24 de Maio que não foi criado nenhum mercado provisório porque «95 por cento dos comerciantes do Mercado assinaram um acordo» que lhes deu direito a uma «compensação» mediante a «renúncia imediata da licença».

«O mercado provisório foi um dos instrumentos encontrados caso houvesse um número significativo de comerciantes que não chegasse a acordo e pretendesse manter o funcionamento», explicou.
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