Consumo de opioides fortes aumentou 70% nos últimos cinco anos - TVI

Consumo de opioides fortes aumentou 70% nos últimos cinco anos

Medicamentos (Reuters)

Os dados do Infarmed estão a preocupar os especialistas. Entre as substâncias cuja utilização mais aumentou está o fentanilo, que nos Estados Unidos foi considerado 50 vezes mais forte do que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina

O consumo de opioides fortes em Portugal aumentou 70% nos últimos cinco anos. Os dados do Infarmed, a que o jornal i teve acesso, estão a preocupar os especialistas, que alertam para o risco de dependência. 

Em 2011, os portugueses consumiram 1.513.435 embalagens de opioides fortes e, em 2015, o consumo destes medicamentos que atuam no sistema nervoso, diminuindo a dor, disparou para 2.567.703 embalagens. Até setembro do ano passado, a tendência continuava a ser crescente, com um aumento no consumo de cerca de 13%.

Os números são preocupantes, como sublinhou o diretor do Infarmed, Henrique Luz, ao jornal i: “Há substâncias em que o consumo mais do que duplicou”, vincou.

Entre as substâncias cuja utilização mais aumentou está o fentanilo, que passou de 70.343 embalagens em 2011 para 158.652 em 2015, ou seja, mais do dobro.

Ora, o fentanilo foi considerado em março pela DEA, a Agência Antidrogas dos Estados Unidos, 50 vezes mais forte do que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina.

De resto, nos Estados Unidos, as overdoses relacionadas com o consumo destes medicamentos já matam 15 mil pessoas por ano e o problema tornou-se matéria de Estado.

Agora, o Infarmed vai analisar os dados do consumo de opioides ao longo de 2016 para apurar as razões que explicam este fenómeno e saber se é necessário elaborar novas orientações no que diz respeito à prescrição destes medicamentos -  as últimas orientações da Direção-Geral da Saúde sobre opioides datam de 2008. 

O regulador quer saber, por exemplo, se este aumento do consumo está a acontecer nos casos de doença oncológica ou não, uma vez que o risco de dependência aumenta quando não se tratam de pacientes com cancro.

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