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Estado poupa graças aos doentes

Medicamentos

Indústria farmacêutica e distribuição também ajudaram o Estado a amealhar

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Jorge Félix, consultor na área da economia da saúde, afirmou, esta quarta-feira, que as poupanças do Estado foram feitas graças à indústria farmacêutica, mas também do sector da distribuição e dos doentes, escreve a Lusa.

Um estudo realizado pela consultora HayGroup para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) revelou que os resultados líquidos das empresas do sector farmacêutico caíram 12,2 por cento entre 2006 e 2008, o que fez com que 6,4 por cento dos trabalhadores fossem despedidos. Mais de 600 trabalhadores foram despedidos em três anos nas 83 empresas de investigação farmacêutica.

A Apifarma anunciou que as poupanças de 726 milhões de euros, consumadas pelo Estado, nos medicamentos nesta legislatura foram feitas à custa da indústria farmacêutica.

Até 2008 esta indústria registou quebras de mercado superiores a 550 milhões de euros.

Poupanças à custa dos doentes

Jorge Félix afirma que as descidas administrativas dos preços dos medicamentos em 2005 e 2007 (6%), assim como a dos genéricos em 2008 (30%), são os responsáveis para a diminuição dos lucros da indústria.

No entanto, avança que as poupanças do Estado foram feitas à custa das farmácias e armazenistas e dos doentes. As alterações feitas ao sistema das comparticipações nos últimos quatro anos também ajudaram o Estado poupar mais.

«Os doentes também foram, de algum modo, afectados por medidas que o Estado foi impondo nos últimos anos, ou seja, parte da redução [do custo com medicamentos] também foi obtida à custa dos doentes. Recordo que em 2005 o Estado terminou a majoração que tinha nos preços de referência para os indivíduos de rendimentos mais baixos», explicou.

O consultor considera «positiva» a poupança conseguida pelo Estado, por poder permitir ao Estado «arranjar espaço no orçamento para financiar os medicamentos inovadores».

«É louvável que se assista a esta redução na despesa para que o país possa reinvestir em medicamentos novos, porque só com a entrada destes fármacos no mercado é que a saúde da população portuguesa pode melhorar substancialmente», afirmou.
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