Família de bebé em coma induzido acusa Hospital de São João de negligência - TVI

Família de bebé em coma induzido acusa Hospital de São João de negligência

  • HCL
  • 7 mar 2020, 09:44
Hospital de São João, no Porto

Mãe acusa a médica de ter permitido que a criança ficasse "muito tempo em esforço para respirar", apontando para "pelo menos cinco minutos"

A família de um bebé internado no Hospital São João, no Porto, acompanhada de dezenas de pessoas, com balões brancos e a entoar preces, concentrou-se esta noite à porta do equipamento hospitalar, onde acusou uma médica de negligência.

A iniciativa começou a tomar forma na tarde de sexta-feira nas redes sociais, tendo sido partilhada por amigos e familiares de Vânia Magalhães, mãe do Santiago, uma criança de dois anos que atualmente está internada nos cuidados intensivos do Hospital São João em coma induzido.

Em declarações aos jornalistas, Vânia Magalhães descreveu o percurso do filho desde o dia 24 de fevereiro, quando este deu entrada nas urgências com suspeita de pneumonia, e revelou que "abriu um processo por negligência" contra uma médica que assistiu a criança, enquanto fonte do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), em resposta à agência Lusa, avançou que "aberto um inquérito para apurar a situação".

Segundo Vânia Magalhães, a situação do filho "agravou-se quando uma médica decidiu retirar a máscara de oxigénio" à criança na segunda-feira.

A mãe acusa a médica de ter permitido que a criança ficasse "muito tempo em esforço para respirar", apontando para "pelo menos cinco minutos".

A mãe denunciou, ainda, esta noite e rodeada de pessoas com balões brancos e azuis, que ao longo dos dias de internamento "nunca o filho foi assistido pela mesma equipa médica" e que lhe chegou a ser recomendado que levasse de casa o próprio termómetro", queixando-se de "negligência" e "falta de cuidados" prestados ao filho.

Contactado pela Lusa, o CHUSJ confirma que a criança está internada no serviço de pediatria "por quadro de infeção respiratória", descrevendo que "a evolução clínica, apesar do tratamento instituído, foi sempre no sentido de um agravamento progressivo" e que neste momento o estado clínico é "reservado".

Foi confirmado o diagnóstico de pneumonia vírica a Influenzae A (H1). O quadro evoluiu para insuficiência respiratória, com necessidade de ser admitido em unidade de cuidados intensivos, inicialmente com ventilação não invasiva e posteriormente ventilação invasiva. A situação manteve agravamento pelo que foi colocado em ECMO, uma técnica que substitui a função do pulmão na oxigenação do sangue através de uma máquina de circulação extracorporal", descreve a nota do CHUJS.

Este equipamento hospitalar acrescenta que a pneumonia vírica, a Influenzae A (H1), "é uma doença que pode ser grave, sendo necessário suporte ventilatório e circulatório em unidades de cuidados intensivos diferenciados", algo que se deve, continua a nota, "à agressividade do vírus, que lesa o pulmão levando à sua insuficiência, sobretudo em crianças, idosos e pessoas com comorbilidades".

A equipa clínica está completamente empenhada no tratamento do menino e os cuidados de saúde que está a receber são extremamente complexos e exigentes", garantiu o centro hospitalar.

Quanto à iniciativa que aconteceu esta noite à porta do Hospital São João, esta reuniu mais de meia centena de pessoas, incluindo pais de outras crianças internadas no CHUSJ e de colegas do infantário que o Santiago frequenta.

Apareçam hoje [sexta-feira] às 00:00 na porta da urgência de pediatria do São João. Marquem a vossa presença. Vamos fazer uma corrente de oração (...). Vamos unir-nos e dar mais força ao nosso príncipe Santiago" - é uma das frases que se lê em publicações na rede social Facebook sobre esta iniciativa que incluiu, aproximadamente às 01:00, uma largada de balões.

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