Médicos condenados por pedofilia continuam a trabalhar com crianças - TVI

Médicos condenados por pedofilia continuam a trabalhar com crianças

Médico

Denúncia é de um elemento da Ordem dos Médicos

Relacionados
Há médicos condenados por pedofilia que continuam a trabalhar com crianças, denunciou esta segunda-feira Heloísa dos Santos, da Ordem dos Médicos.

A médica, que terça-feira será ouvida na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, a propósito do registo de pedófilos, disse à agência Lusa que se a legislação fosse cumprida, não aconteceriam casos como os que ainda hoje se registam.

«Ninguém cumpre a legislação, nomeadamente os empregadores»


Heloísa dos Santos refere-se à Convenção de Lanzarote (para a proteção das crianças contra a exploração sexual e abusos sexuais) e, em concreto, a legislação portuguesa (113/2009) sobre o «recrutamento para profissões, empregos, funções ou atividades, públicas ou privadas, ainda que não remuneradas, cujo exercício envolva contacto regular com menores (…)».

A legislação determina que «a entidade recrutadora está obrigada a pedir ao candidato a apresentação de certificado de registo criminal e a ponderar a informação constante do certificado na aferição da idoneidade do candidato para o exercício das funções».

A Ordem dos Médicos quer que os pedófilos sejam afastados das crianças durante 23 anos. Uma proposta que ganhou força depois da proposta de lei do Governo sobre a lista de pedófilos ter sido aprovada pelo Conselho de Ministros.

Recentemente, o CNEDM elaborou uma proposta de intervenção sobre médicos pedófilos, a qual recomenda que a Ordem dos Médicos possa «determinar que um médico comprovadamente pedófilo seja inabilitado especificamente para prestar assistência a menores, com fundamento no princípio da proteção dos doentes, da proteção do próprio médico inabilitando e dos valores fundamentais da medicina como sejam a confiança, a beneficência, a não maleficência e a autodeterminação».

Segundo o documento do CNEDM, a que a Lusa teve acesso, «deve manter-se, mas apenas como medida disciplinar acessória, a suspensão, por um período transitório, de todas as atividades médicas [além da pediatria], porque esta última medida disciplinar, quando atribuída isoladamente, não terá qualquer influência no impedimento de futuros atos de pedofilia contra doentes menores».



Leia também:

Perguntas e respostas sobre a «lista de pedófilos»

Lista de abusadores: pais não vão poder saber onde vivem os condenados

Todos os criminosos sexuais podem ser proibidos de trabalhar com crianças

Quantos abusadores sexuais há em Portugal?

«Não há sintomas que identifiquem um abusador de crianças» 

Facebook: «Um catálogo de crianças» para pedófilos

Continue a ler esta notícia

Relacionados

Mais Vistos

EM DESTAQUE