Carícias devem fazer parte do tratamento dos doentes - TVI

Carícias devem fazer parte do tratamento dos doentes

Saúde

Neurofisiologista defende que profissionais de saúde devem ter acariciar os doentes, principalmente aqueles que estão em estado grave ou terminal

As carícias no tratamento de doentes podem melhorar o conforto destes, ao estimularem zonas cerebrais específicas que proporcionam bem-estar, garantiu o chefe do serviço de Neurofisiologia do Hospital de Bellvitge, Jordi Montero.

Em declarações à agência noticiosa Efe, Montero afirmou:

“Temos de romper barreiras para que o contacto tátil faça parte das armas dos profissionais de saúde”.

Para assinalar a sua jubilação, depois de uma longa carreira no Hospital de Llobregat, Montero fez uma conferência intitulada “Neurofisiologia da carícia”, durante a qual defendeu a importância das carícias na aprendizagem humana e nas relações sociais.

Montero sublinhou que a neurociência demonstra que as carícias ativam uns recetores específicos no cabelo da pele que transportam esta sensação diretamente às áreas cerebrais que regulam as emoções de maneira singular, isto é, estas zonas não se podem ativar de outra forma.

Sublinhou também que a carícia é um elemento presente na natureza, sobretudo entre os mamíferos, que acariciam permanentemente a sua cria quando nasce.

Neste sentido, destacou a necessidade de os familiares acarinharem fisicamente os mais pequenos e avisou que um bebé que durante o seu primeiro ano de vida não receba suficiente contacto humano pode apresentar carências durante o seu desenvolvimento.

Montero insistiu que as carícias e o contacto, seja com familiares, sejam com doentes, deve ocorrer sempre com respeito e educação.

Para o médico, a cultura é fonte das reservas que impedem as pessoas de se tocarem mais, já que em muitas ocasiões não se sabe como tocar de maneira adequada.

Neste sentido, advogou um trabalho de pedagogia e o fomento destes contactos suaves, em todos os âmbitos da vida, desde a família ao trabalho, passando pelas amizades.

“As carícias e o contacto devem estar presentes em todos os âmbitos, mas talvez no hospitalar seja onde é mais necessário”, considerou.

Um exemplo do que poderia ser conveniente, na sua opinião, é o fomento das carícias dos profissionais de saúde aos doentes graves e terminais para lhes dar conforto e reforçá-los emocionalmente.

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