Hospitais devem ter meios para formar os próprios internos e mantê-los - TVI

Hospitais devem ter meios para formar os próprios internos e mantê-los

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Representantes dos médicos recusam soluções pontuais e punitivas para a falta de especialistas

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A Federação Nacional dos Médicos e o Conselho Nacional do Médico Interno defendem a necessidade de medidas «sustentáveis» para que os hospitais tenham capacidade para formar os seus próprios internos e mantê-los após a formação.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou, na generalidade, um decreto-lei que estabelece que os médicos internos ficam obrigados a trabalhar nos serviços com falta de especialistas quando aí se formam durante o mesmo tempo que durou a sua especialização.

O dirigente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) Mário Jorge, disse não «conhecer os contornos» do decreto-lei, mas defendeu que «devem ser encaradas medidas que garantam a inserção dos profissionais e a progressão nas carreiras que não sejam isoladas, de carácter quase punitivo».

Segundo Mário Jorge, deve ser feita uma «abordagem global para que as carências não sejam colmatadas por medidas pontuais mas sustentáveis, possibilitando que as pessoas tenham progressão na carreira e diferenciação técnico-científica».

O Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI), por seu turno, defende ser um «contra-senso» o Ministério da Saúde (MS) ter encerrado serviços e vir agora «apresentar medidas que querem colocar nesses locais médicos recém-especialistas».

O presidente do CNMI, Rui Guimarães, sublinha que o que «interessava era que os hospitais fossem apetrechados de modo a terem capacidade para dar formação aos seus próprios internos» e defende «um modelo que seja aplicado não por obrigação, mas por motivação».

Ordem congratula-se com as medidas

Por outro lado, fonte oficial da Ordem dos Médicos, disse à Lusa «congratular-se» com todas as medidas que «visem criar vagas especiais para atrair os jovens médicos para zonas carenciadas», manifestando «total abertura para colaborar com o MS».

«Este propósito do Governo vem ao encontro de muitas recomendações que a Ordem tem feito ao longo dos anos, com prioridade para a cobertura de todo o país com os especialistas necessários», esclareceu.

«Depois de acertado com os sindicatos, podemos trabalhar para que daqui a um ano esses hospitais tenham as condições necessárias para a formação dos novos especialistas», concluiu.
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