Num dia que fica marcado pelo anúncio das alterações ao plano de vacinação contra a covid-19, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, esteve em direto, via zoom, na TVI24.
O médico começou por lembrar, que a inclusão dos maiores de 80 anos na primeira fase do plano de vacinação, já tinha sido defendida pela Ordem dos Médicos em 2020, criticando a demora da 'task force' em dar primazia a este grupo.
A mortalidade nas pessoas que têm mais de 80 anos ronda os 13/14%, só para comparação, a mortalidade para pessoas que têm entre os 50 e os 60 anos ronda os 0,3%. Em cada 100 pessoas com mais de 80 anos, podem morrer 13 a 14, em cada 1000 pessoas com 50 a 60 anos, podem morrer 3 pessoas. A idade, em si mesmo, é um grande fator de risco", defendeu o bastonário.
Quando questionado sobre a priorização, na "corrida para vacinação", de titulares de cargos políticos e de órgãos de soberania, o urologista afirma que o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, "já deviam ter sido vacinados no primeiro dia".
Relativamente aos outros titulares de cargos políticos, o bastonário da Ordem dos Médicos revela ter "muitas dúvidas", e na sequência afirma que o "importante é protegermos as pessoas mais frágeis", referindo-se às pessoas com mais de 80 anos e aos profissionais de saúde.
No momento em que é abordado pelo jornalista, no sentido de partilhar dados sobre a vacinação dos profissionais de saúde, Miguel Guimarães ataca a falta de transparência da 'task force', coordenada por Francisco Ramos.
Essa é a informação que não tem sido dada pela 'task force'. Devíamos estar todos os dias a saber o que está a acontecer em termos de vacinação, mas não é o que acontece", afirma o bastonário.
No entanto, o médico avança com valores, que "não são informações rigorosas", na ordem dos 30% para os médicos do SNS, e dos 10% para os profissionais de medicina do setor privado e social.