O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, garantiu, esta segunda-feira, na sessão plenária da Assembleia da República que a proposta de regulamento disciplinar da Guarda Nacional Republicana (GNR) reúne «exigência, rigor e disciplina».
Miguel Macedo disse perante os deputados que o regulamento de disciplina da GNR pretende ser um instrumento «mais harmonioso», sem descurar «a condição militar» da GNR.
O governante salientou que a proposta «melhora a tramitação processual», estabelece «prazos prescricionais no quadro do contencioso» e «moderniza os procedimentos».
«Aprimorámos os aspetos jurídicos tradicionalmente controversos e, com isso, não pomos em causa a disciplina», sublinhou o membro do Governo PSD/CDS-PP, no debate das mudanças ao regulamento de disciplina da GNR, propostas pelo Governo, que se realizou hoje, no parlamento.
A deputada Isabel Moreia, do PSD, apontou que a proposta do Ministério da Administração Interna peca por «não reconhecer a especificidade da GNR» e criticou o documento por «não dignificar a função» da força militarizada.
A socialista disse que a GNR tem sido alvo «de cortes e medidas avulsas», além de ter denunciado «ataques ao sistema de saúde dos familiares dos militares».
Isabel Moreira frisou «duas objeções» - uma, a existência de «normas inúteis» na proposta, outra, no capítulo das «infrações disciplinares», considerando exagerado uma sanção por ações «negligentes».
António Filipe (PCP) denunciou o «intuito persecutório do Governo contra dirigentes associativos» e lembrou a sanção de 25 dias de suspensão aplicada a um sindicalista da Associação de Profissionais da Guarda, por «delito de opinião».
Também num tom crítico, Cecília Honório (Bloco de Esquerda) salientou que a proposta «viola alguns princípios constitucionais» e realçou que «os oficiais, sargentos e guardas não estão de acordo com esta proposta, que agrava sanções».
A bloquista quis saber se Miguel Macedo vai manter no projeto «a mera negligência», entre as infrações disciplinares, e se a «transferência compulsiva», que já existia associada à pena de suspensão agravada, passa a qualificar-se como «pena acessória» e pode aplicar-se cumulativamente com penas de suspensão ou suspensão agravada.
Em contraponto, Paulo Ribeiro, do PSD, afirmou que «a proposta modifica o regime de penas, reduzindo-o e aproximando-o de quem exerce funções públicas», e salientou que introduz «regras objetivas sobre classes de comportamento», de «recurso e forma de defesa».
Telmo Correia, do CDS-PP, refutou a afirmação da socialista Isabel Moreira, sobre a existência de «um quadro de instabilidade nas forças de segurança», e afiançou que a proposta de regulamento disciplinar «reformula o quadro de responsabilidade aplicável a militares na reforma» e «simplifica critérios para as classificações de comportamento».
A Assembleia da República discutiu hoje mudanças ao regulamento de disciplina da GNR, aprovadas pelo Governo, em fevereiro, que contemplam alterações no regime de penas dos militares.
Regulamento disciplinar da GNR tem «exigência, rigor e disciplina»
- Redação
- EC
- 12 mai 2014, 19:19
Miguel Macedo diz que o regulamento de disciplina da GNR pretende ser um instrumento «mais harmonioso», sem descurar «a condição militar» da GNR
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