Casal suspeito de burla de um milhão de euros fica em prisão preventiva - TVI

Casal suspeito de burla de um milhão de euros fica em prisão preventiva

  • PP
  • 29 jun 2017, 22:21
Dinheiro (Reuters)

Um terceiro arguido ficou obrigado a apresentações periódicas no posto policial da sua área de residência

O Tribunal de Famalicão aplicou hoje prisão preventiva a um casal que terá burlado em milhão de euros mais de 9.700 pessoas, com peditórios em nome de falsas associações de cariz social, informou fonte policial.

No mesmo processo, um outro homem ficou obrigado a apresentações periódicas no posto policial da sua área de residência.

Os três foram detidos pela PSP na quarta-feira, em Famalicão, indiciados por associação criminosa e burla qualificada.

Na sequência de uma investigação que decorria há meio ano, e que foi desencadeada por uma denúncia de uma das vítimas da burla, a Esquadra de Famalicão efetuou cinco mandados de busca, tendo detido um casal, de 40 e 35 anos, e um outro homem de 68.

Foram apreendidos diversos objetos relacionados com aquela atividade, designadamente milhares de fichas de identificação contendo os dados das vítimas (doadores), recibos falsos, carimbos falsos de associações, material informático, documentação, apontamentos, um automóvel, e cerca de 300 euros.

Segundo a PSP, a “organização” operava a coberto do nome de várias associações de cariz social, utilizando moradas falsas e elementos de identificação falsos, em concreto os números fiscais.

Centrava-se no concelho de Vila Nova de Famalicão, mas também se ramificava por todo o território nacional e ilha da Madeira.

“O modus operandis do grupo consistia em previamente contactar telefonicamente pessoas, utilizando o nome de uma das associações e depois tentar obter a doação de dinheiro”, explica o comunicado.

Após confirmação do interesse das potenciais vítimas na doação, era combinada a entrega de dinheiro, contra a entrega de um recibo no valor da doação e em nome da associação.

As chamadas telefónicas eram efetuadas por jovens mulheres, contratadas por períodos de curta duração, cerca de três semanas a um mês.

Estabeleciam o contacto telefónico com as vítimas, alegando que o dinheiro a doar se destinava a uma causa social, normalmente associada a crianças com doenças oncológicas e com necessidade de tratamentos no estrangeiro.

“A maioria das vítimas procedia à entrega mensal das quantias acima referidas, motivo pelo qual muitas das vezes nem questionavam mais o destino da doação, tanto mais que a maior parte das vítimas eram pessoas aposentadas ou de meia-idade”, acrescenta o comunicado.

As entregas eram entre cinco a 10 euros mensais, sendo o arguido mais velho quem normalmente se encarregava de ir receber o dinheiro.

Segundo a PSP, os burlões gastaram esse dinheiro em proveito próprio, “sendo que nalguns casos as vítimas terão ficado em dificuldade financeira”.

 

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