Cancro: mulheres das Forças Armadas com direito a rastreio - TVI

Cancro: mulheres das Forças Armadas com direito a rastreio

Militares (arquivo)

Ministro diz que medida contribui para a igualdade

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As mulheres que integram as Forças Armadas portuguesas vão ser abrangidas pelos rastreios do cancro da mama e do colo do útero, anunciou este domingo, em Oeiras, o ministro da Defesa no âmbito do Dia Internacional da Mulher.

Um sinal de modernidade

«O Ministério da Defesa e o da Saúde estão a trabalhar em conjunto para integrar as mulheres das Forças Armadas portuguesas nos rastreios do cancro de mama e do colo do útero», garantiu o ministro à Agência Lusa.

Severiano Teixeira falava à imprensa numa cerimónia dedicada às «Mulheres na Defesa Nacional e nas Forças Armadas», que coincidiu com a comemoração do Dia Internacional da Mulher.

Para o ministro, as mulheres desempenham, em condições de igualdade, todas as funções no quadro das Forças Armadas portuguesas, factor que constitui «claramente um sinal de modernidade» do país. «As mulheres militares nas Forças Armadas portuguesas podem desempenhar todas as funções, incluindo as de combate», acrescenta Severiano Teixeira.

«E isso é reconhecido pelos seus próprios camaradas, que reconhecem o contributo que as mulheres trouxeram», salientou.

Em Portugal, há 5.145 militares do sexo feminino nos três Ramos das Forças Armadas, representando 14 por cento do seu universo.

Das cerca de 5 mil mulheres, 5 por cento estão no Quadro Permanente e 25 por cento nos Regimes de Voluntariado e de Contrato, tendo 11 atingido o posto de Tenente-Coronel/Capitão de Fragata.

Igualdade formal e igualdade real

«No plano formal, ao contrário do que acontece em algumas outras forças armadas não há restrições (ao ingresso de mulheres) nas Forças Armadas portuguesas», garantiu o ministro.

«Agora nós sabemos que existe uma diferença entre a igualdade formal e a igualdade real», ressalvou, frisando que «também aí as Forças Armadas estão atentas» para aproximar estas duas realidades.

Para tal, referiu a necessidade de desenvolver políticas no sentido de procurar soluções para problemas específicos das mulheres, nomeadamente no campo da saúde.

«Mas temos que ter outras políticas, nomeadamente aquelas que procurem conciliar aquilo que são exigências da família com exigências da Forças Armadas», afirmou.

Severiano Teixeira frisou que as mulheres desempenham «de forma exemplar as suas funções em situações de combate» e que as qualidades humanas que demonstram são fulcrais para as situações humanitárias.

Força Aérea foi o primeiro Ramo das Forças Armadas a incorporar mulheres

Existem actualmente 70 mulheres em missões internacionais, 27 no Kosovo (KFOR), 21 no Líbano (UNIFIL) e 22 no Standing NATO Maritime Group (SNMG).

A Força Aérea foi o primeiro Ramo das Forças Armadas a incorporar mulheres, na especialidade de enfermeiras-paraquedistas, entre 26 de Maio de 1961 e 01 de Junho de 1974.

Entre as convidadas, no Forte de São Julião, em Oeiras, encontravam-se algumas mulheres, civis e militares que aderiram, voluntariamente e prestaram serviço em África, nas antigas colónias portuguesas, entre Maio de 1961 e Junho de 1974.

Giselda Pessoa pertenceu ao grupo de enfermeiras-pára-quedistas que em 1961 ingressou na Força Aérea como voluntária, por acaso.

«Tinha uma irmã que estava no pára-quedismo. Um dia fui visitá-la e vi que havia um concurso para pára-quedista. Decidi concorrer», contou.

«Foi muito positivo, mas também muito cansativo», afirmou a enfermeira que esteve destacada durante nove anos.
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