Há cinco anos que as Forças Armadas não recebiam tantos candidatos - TVI

Há cinco anos que as Forças Armadas não recebiam tantos candidatos

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  • 7 jun 2017, 16:23
Militares portugueses destacados para o Mali

Em 2016, as incorporações atingiram as 3.900 e a "expetativa é de aumentar" em 2017 o número de admissões "para compensar as saídas"

As incorporações nas Forças Armadas atingiram em 2016 as 3.900, o número mais elevado dos últimos cinco anos, com o Governo a admitir que possa haver mais entradas este ano, disse hoje o secretário de Estado da Defesa.

Marcos Perestrello afirmou que o recrutamento "sentiu nos últimos anos dificuldades que se prendem com uma redução muito grande, no Governo anterior, das admissões e que se traduziu numa certa dificuldade".

Contudo, em 2016, as incorporações atingiram as 3.900, o número "melhor dos últimos cinco anos" e a "expetativa é de aumentar" em 2017 o número de admissões "para compensar as saídas".

"Não estamos a trabalhar em aumentar o efetivo, mas sim manter porque não estão ainda reunidas condições para aumentar o efetivo militar", disse Marcos Perestrello, em resposta a uma questão do deputado do CDS-PP João Rebelo, na comissão parlamentar de Defesa.

Dados relativos a 06 de junho, acrescentou por seu lado o ministro da tutela, Azeredo Lopes, indicam que desde janeiro houve 3.115 candidaturas, 2.303 candidatos presentes e 1.449 candidatos aptos, dos quais 814 foram incorporados pelo Exército.

Quanto à Força Aérea e à Marinha, não existem ainda dados disponíveis, disse.

João Rebelo questionou também o Governo sobre as consequências das cativações orçamentais na operação dos ramos, sobretudo na Força Aérea e na Marinha.

Sobre este ponto, Marcos Perestrello disse que "até hoje não foi posta em causa nenhuma componente essencial do serviço que as Forças Armadas portuguesas prestam aos portugueses", sublinhando que os constrangimentos orçamentais se mantêm em 2017.

Na audição, o deputado do PCP Jorge Machado confrontou os governantes com o "patrulhamento" das praias por fuzileiros da Marinha, considerando "ridícula a confusão que se faz entre Segurança e Defesa".

O que se segue? ‘Rangers’ do Exército a patrulhar parques de campismo? Comandos a patrulhar jogos de futebol?", insurgiu-se o deputado comunista.

O secretário de Estado da Defesa refutou o uso da palavra "patrulhamento" para descrever as ações dos militares da Marinha nas praias, explicando que são "missões de vigilância e funções similares às dos nadadores salvadores", incluindo informação a banhistas, nas "praias mais problemáticas".

Na audição, José Azeredo Lopes revelou que pediu uma segunda auditoria a realizar pelo Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) para obter mais informação sobre aspetos já identificados na anterior relativamente às dívidas da ADM (Assistência na Doença aos Militares) e procedimentos contabilísticos.

Segundo o ministro, a auditoria detetou um buraco financeiro à razão de um milhão e meio de euros por mês, acumulando 61 milhões de euros a 31 de maio de 2017.

Quanto a soluções, Azeredo Lopes disse que passará pela diversificação da receita ou por uma alteração que permita ao IASFA "funcionar de forma normal".

Com o compromisso solene de que em nenhuma circunstância isso porá em causa os direitos dos utentes", afirmou.

O ministro da Defesa deverá voltar à comissão parlamentar de especialidade na presente sessão legislativa, no final de junho, já que o PSD anunciou um requerimento nesse sentido.

O PSD anunciou também que requereu uma audição ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, para o questionar sobre dados de natureza técnico-militar que constam do relatório sobre as implicações da construção de um aeroporto civil na base militar do Montijo.

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