Arquivado processo da mulher desaparecida num ritual de magia em Ílhavo - TVI

Arquivado processo da mulher desaparecida num ritual de magia em Ílhavo

  • 3 out 2017, 16:17
Buscas na praia da Costa Nova

Corpo da vítima nunca foi encontrado. Ministério Público considera, contudo, não existirem indícios de crime, tendo a vítima sido levada pelo mar durante um ritual a Iemanjá

O Ministério Público (MP) arquivou o caso da mulher que há oito meses foi arrastada pelo mar na praia da Costa Nova, em Ílhavo, durante um ritual a Iemanjá, por não terem sido encontrados indícios de crime.

O despacho de arquivamento, a que a agência Lusa teve acesso, refere que nenhuma das testemunhas ouvidas relatou o mínimo pormenor que possa indiciar "qualquer sinal de coação" sobre a vítima ou "qualquer estado incapacitante relativo à mesma".

Mar perigoso

Os factos ocorreram em 2 de fevereiro de 2017, numa altura em que o mar estava perigoso, tendo sido emitidos vários avisos meteorológicos a alertar a população.

Mesmo assim, um grupo de dez pessoas de Viseu e Tondela, onde se encontrava a vítima, decidiu deslocar-se ao final da tarde desse dia até à praia da Costa Nova, em Ílhavo, para participar num ritual a Iemanjá, uma das “divindades” afro-brasileiras mais populares.

Quando chegaram ao areal, três dos participantes aproximaram-se da linha de água para colocar um barco com oferendas no mar, quando foram surpreendidos por uma onda muito forte que os derrubou.

Uma dessas pessoas conseguiu sair da água pelo próprio pé, uma outra precisou de auxílio de terceiros para sair do mar e a terceira desapareceu.

Foram realizadas várias diligências de busca, por meios terrestres, marítimo e aéreo, que se revelaram infrutíferas.

Corpo nunca encontrado

O MP diz que os participantes no ritual se deslocaram à praia da Costa Nova de forma "livre, voluntária e consciente", adiantando que a vítima ofereceu-se como voluntária para ajudar a levar o barco com as oferendas até ao mar.

Os investigadores referem ainda que "pelas circunstâncias de perigo existentes no momento dos factos, não seria exigível aos presentes no local que se lançassem ao mar em socorro da vítima, dado que se colocariam em grave risco para a sua própria vida".

Apesar de o corpo da desaparecida nunca ter sido encontrado, o MP diz que há uma "série hipótese" da sua morte, tanto mais que as testemunhas ouvidas dizem que a última vez que a avistaram, estaria a uma distância considerável da linha de praia, a boiar em direção a norte, de onde se conclui que a mesma estaria inanimada.

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