Burlaram a mãe em 600 mil euros - TVI

Burlaram a mãe em 600 mil euros

Dinheiro [Reuters]

Os filhos, de 46 e 60 anos, estão acusados de burla agravada por, em 2010, se terem apropriado de 600 mil euros em contas e aplicações da mãe, por considerarem que esta estava com um problema mental. MP pede condenação de ambos

O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira a condenação, com pena suspensa, a um homem e a uma mulher acusados de burlar a mãe de ambos, de 82 anos, em 600 mil euros que, entretanto, já foi totalmente ressarcida do dinheiro.

Durante o período em que esteve sem este dinheiro, a ofendida passou dificuldades económicas”, referiu o procurado do MP, durante a leitura das alegações finais no Tribunal São João Novo, no Porto.

Os filhos, de 46 e 60 anos, estão acusados de burla agravada por, em 2010, se terem apropriado de 600 mil euros em contas e aplicações da mãe, por considerarem que esta estava com um problema mental.

Segundo a acusação, os filhos terão conseguido que o pai, que viria a morrer em 2013 - diminuído com a doença de Alzheimer e um AVC – lhes fizessem um testamento e uma doação, algo feito em casa na presença de uma notária e na ausência da mãe.

Em declarações em tribunal, no início do julgamento em março de 2015, o filho disse que a mãe começou a fazer gastos exorbitantes, a vestir-se com exuberância e a meter pessoas estranhas em casa, por isso, o pai pediu-lhes para “guardar o dinheiro”.

O procurador do MP realçou que após ficar sem o dinheiro, a ofendida teve de vender joias e peças em ouro para suportar as despesas com o marido doente e acamado, dado precisar de cuidados diários.

Perante o coletivo de juízes, a ofendida disse hoje nunca ter metido pessoas estranhas em casa, nunca ter feito gastos exorbitantes e nunca ter-se vestido de forma exuberante porque sempre foi “muito correta”.

Em nenhum período mudei as minhas atitudes”, frisou.

Além disso, confirmou ter vendido joias e peças em ouro para fazer face as despesas que, por mês, eram superiores a 3.000 euros, dado ter duas empregadas para cuidar do marido e ter de comprar os materiais para o seu cuidado.

A ofendida explicou ainda que o filho, psicólogo, levou a casa um psiquiatra, colega de consultório, que lhe prescreveu uma medicação para tratar um problema, sem lhe dizer qual.

Ele disse-me que se não tomasse os medicamentos ia ter um enfarte”, acrescentou.

Vários especialistas em saúde mental atestaram a sanidade da ofendida, não lhe diagnosticando nenhum problema.

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