MP pede “pena de multa” para autarca de Setúbal acusada de peculato e abuso de poder - TVI

MP pede “pena de multa” para autarca de Setúbal acusada de peculato e abuso de poder

  • .
  • HCL
  • 26 mai 2021, 20:08
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acompanhado por Maria das Dores Meira

Ministério Público diz que ficam demonstrados em julgamento os crimes de “peculato de uso”, mas admitiu que tinha algumas “dúvidas” quanto à existência dos crimes de abuso de poder

O Ministério Público pediu esta quarta-feira uma “pena de multa” para a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, que está a responder em tribunal por quatro crimes de peculato de uso e abuso de poder.

A magistrada do Ministério Público considerou, nas alegações finais, que ficaram demonstrados em julgamento os crimes de “peculato de uso”, mas admitiu que tinha algumas “dúvidas” quanto à existência dos crimes de abuso de poder.

Maria das Dores Meira​​​​​​ está a ser julgada no Tribunal de Setúbal por ter ordenado a impressão e distribuição de 10 mil panfletos e a colocação de dois `outdoors´, que, alegadamente, continham “mensagens político-partidárias” e que custaram um total de 1.227 euros ao erário público.

A atual presidente da Câmara de Setúbal, e candidata da CDU à Câmara de Almada nas próximas eleições autárquicas, foi constituída arguida na sequência de duas queixas-crime, uma apresentada por militantes do PSD e outra pelo PS de Setúbal, através do presidente da Comissão Política Concelhia, Paulo Lopes.

O dirigente socialista e também vereador do PS na Câmara de Setúbal, que foi ouvido antes das alegações finais, reafirmou em tribunal a convicção de que a autarquia sadina utilizou dinheiros públicos para divulgar mensagens político-partidárias, colocando em causa o dever de imparcialidade da administração pública.

Um dos militantes do PSD que subscreveu uma das duas queixas-crime contra a Câmara de Setúbal também tinha afirmado em tribunal que os panfletos distribuídos pela Câmara Municipal eram “uma resposta do PCP [principal partido da CDU, coligação que governa o município de Setúbal], paga com dinheiro do município”.

Por sua vez, Maria das Dores Meira defendeu que a emissão dos panfletos e a colocação dos `outdoors´ "foi uma resposta política da Câmara Municipal de Setúbal", que estava a ser visada por socialistas e social-democratas por aplicar a taxa máxima do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis).

Quando apresentaram as duas queixas-crime, em 2017, PS e PSD, os principais partidos da oposição em Setúbal, já defendiam, desde há alguns anos, que a Câmara Municipal podia reduzir a taxa do IMI, mas a maioria CDU considerava que a autarquia estava obrigada à cobrança máxima, face à vigência de um Contrato de Reequilíbrio Financeiro celebrado com o estado português.

A leitura da sentença está marcada para o próximo dia 02 de junho.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE