"Ninguém entenderia" que magistrados fossem aumentados - TVI

"Ninguém entenderia" que magistrados fossem aumentados

Paula Teixeira da Cruz reitera que "não há nenhuma guerra aberta" com os magistrados do MP e juízes e recorda que "se ainda não estão repostos sequer os salários da Função Pública é manifestamente impossível aceitar pedidos (de aumento) de cerca de 40 por cento"

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A ministra da Justiça afirmou que "ninguém entenderia" que os magistrados tivessem, no âmbito do salário base e do subsídio de condição de juiz, aumentos na ordem dos 40 por cento.

Paula Teixeira da Cruz falava aos jornalistas à saída do plenário da Assembleia da República. Confrontada com o corte de relações institucionais anunciado pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) e pelo Sindicato dos Magistrados do MP, a ministra referiu que, da sua parte, "não há nenhuma guerra aberta", explicando que "há uma aspiração remuneratória que não é realista" do lado dos sindicatos.

"Se ainda não estão repostos sequer os salários da Função Pública é manifestamente impossível aceitar pedidos (de aumento) de cerca de 40 por cento", sublinhou Paula Teixeira da Cruz.


A título de exemplo, indicou que, pela proposta de Estatuto, o estudante do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) entra com 3.000 euros e mais um subsídio de condição de 1.200 euros, não "sendo ainda magistrado".

"Para não falar de exemplos na ordem dos 6.000, 7.000. 8.000 e 11.000 euros. Depois ainda é pedido subsídios de turno, de execução de trabalho urgente, de acumulação e de deslocação igual aos membros do governo", disse a ministra, esclarecendo porém que os governantes não possuem este último subsídio invocado.


A tudo isto - acrescentou a ministra - somava-se ainda o subsídio de representação e o regime de exceção, com reforma aos 60 anos, o que tornava a proposta "muito difícil", reporta a Lusa.

Ministra descarta responsabilidades no atraso da alteração do estatuto


Paula Teixeira da Cruz descartou responsabilidades no atraso na elaboração da proposta, lembrando que o grupo de trabalho devia ter apresentado o projeto em julho de 2014 e que os últimos contributos só chegaram em março, quando ainda faltava a avaliação da ministra e a compaginação entre as duas propostas de estatuto: dos juízes e dos magistrados do MP.

A ministra salientou que até final do mandato não deixará de trabalhar neste e noutros dossiers, independentemente da polémica que possam suscitar, reconhecendo contudo que já não é possível aprovar o estatuto dos magistrados na atual legislatura.
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