Acordo para assistência religiosa nos hospitais «praticamente terminado» - TVI

Acordo para assistência religiosa nos hospitais «praticamente terminado»

Ministra da Saúde, Ana Jorge

Ministra da Saúde garantiu que faltam apenas alguns «pareceres»

A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu esta sexta-feira em Fátima que o acordo para a assistência espiritual e religiosa nos hospitais «está praticamente terminado», aguardando apenas por «pareceres», noticia a agência Lusa.

«Temos um acordo de colaboração com a área da Pastoral da Saúde que está praticamente terminado», afirmou Ana Jorge à margem do XXI Encontro Nacional da Pastoral da Saúde.

«Trabalho muito sólido e de satisfação para ambas as partes»

Segundo a governante, trata-se de um «trabalho muito sólido e de satisfação para ambas as partes», que consagra «os direitos dos doentes» à «assistência religiosa, quer seja a católica ou outra», desde que «reconhecida em Portugal».

Já o coordenador nacional dos capelães hospitalares, padre José Nuno, considerou que este é o «acordo possível no actual quadro político, social e religioso» do País.

«É um acordo que põe a Igreja em condições de poder continuar a fazer o seu trabalho», afirmou o responsável, considerando que, nesta matéria, «acabou o tempo da inerência e da reverência».

«Chegou o tempo da exigência e da competência», disse ainda o coordenador, lembrando que se a Igreja Católica quer estar à altura deste desafio «tem de manter e reforçar a presença nos hospitais».

«Se não quisermos aceitar este desafio a que não estamos muito habituados, poderemos perder aquilo que só nos era garantido por inerência e reverência da nossa condição maioritária», esclareceu.

«A dimensão terapêutica da espiritualidade»

O XXI Encontro Nacional da Pastoral da Saúde reuniu esta semana 800 pessoas para debater «A dimensão terapêutica da espiritualidade».

Nas conclusões da iniciativa, uma organização da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, os participantes sublinharam que uma «espiritualidade saudável» na prestação dos cuidados de saúde «exige a cooperação entre o Estado, a Igreja Católica e os demais credos».

Por outro lado, reafirmaram que a questão da espiritualidade «é parte integrante da humanização dos cuidados de saúde e que é vã a procura da qualidade em saúde que ignore este imperativo».

No encontro foi ainda defendida a necessidade de maior formação sobre a dimensão terapêutica da espiritualidade para quem trabalha com os doentes, acreditando-se que a regulamentação da assistência espiritual e religiosa hospitalar vai permitir «oferecer às pessoas doentes o melhor serviço possível».

Prémio «Monsenhor Vítor Feytor Pinto ¿ Terapia e Espiritualidade»

No encontro foi ainda atribuído o prémio «Monsenhor Vítor Feytor Pinto ¿ Terapia e Espiritualidade» ao psicólogo Eduardo Carqueja, do Hospital de São João, e ao padre Fernando Sampaio, capelão do Hospital de Santa Maria.

Já a menção honrosa coube à enfermeira Sílvia Berenguer.

O galardão é uma iniciativa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa e da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, com a colaboração da revista «Visão».

A distinção é concedida de dois em dois anos a pessoas ou instituições que apresentem trabalhos sobre a espiritualidade em relação com a saúde e a terapia.

Os dois vencedores vão dividir 20 mil euros.
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