Covid:19: não é com populismos, demagogia e desinformação que se combate pandemia, diz Marta Temido - TVI

Covid:19: não é com populismos, demagogia e desinformação que se combate pandemia, diz Marta Temido

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  • JGR
  • 21 nov 2020, 19:34
Marta Temido na conferência de atualização da situação pandémica em Portugal

Marta Temido respondeu ao aparecimento de movimentos negacionistas da covid-19 que promovem comportamentos contrários aos recomendados pelas autoridades de saúde

A ministra da Saúde defendeu hoje que não é com populismos, demagogia e desinformação que se combate uma pandemia e aquilo que se segue, que são normalmente “tempos muito difíceis” mesmo após serem superadas as dificuldades sanitárias.

Marta Temido respondia desta forma, em entrevista à agência Lusa, ao aparecimento de movimentos negacionistas da covid-19 que promovem comportamentos contrários aos recomendados pelas autoridades de saúde, incentivando, por exemplo, a não utilização da máscara.

A maior preocupação que temos relativamente a essas formas de opinião é a desinformação que elas trazem para a sociedade, porque estes momentos de crise são propícios a extremismos, são propícios a populismos e, muitas vezes, fazem-se valer da desinformação das pessoas”, adiantou.

Por isso, defendeu, “a melhor forma de lutar contra esses movimentos é a cidadania de cada um”.

É o lermos, o refletirmos, o informar-nos, o estarmos atentos à realidade e mantermos o nosso juízo crítico sobre aquilo que muitas vezes é afirmado e até desperta porque estamos cansados, porque estamos frustrados e gostávamos de fazer uma vida social mais intensa, continuar a trabalhar e fazer um conjunto de coisas”, comentou.

 

Não é com populismos nem com demagogia, com desinformação que se combate aquilo que vem a seguir a uma pandemia, que normalmente são tempos muito difíceis, mesmo depois de superar as dificuldades sanitárias”, acrescentou.

À pergunta se as autoridades do país estão todas unidas neste combate, Marta Temido afirmou que “quem tem responsabilidades de governação, a qualquer nível, está focado neste momento unicamente em servir os portugueses e ajudar o país a ultrapassar este momento difícil”.

Eu penso que não há ninguém que desempenhe funções no Estado português que não esteja focado apenas nesse aspeto”, frisou Marta Temido.

A nossa função é garantir que também os outros portugueses, independentemente da sua posição, em termos de simples cidadãos, profissionais de saúde, profissionais de outros setores, partidos políticos organizações da sociedade civil, autarquias, toda a sociedade estão completamente mobilizados para fazermos nesta segunda fase [da pandemia] aquilo que fizemos tão bem na primeira fase e que nos orgulhou tanto ao nível internacional, que é estarmos juntos do mesmo lado a servir o nosso país, a fazer o melhor pelo nosso país", disse, acrescentando: “Neste momento, não há espaço para as divisões. Há muito espaço e muita necessidade de trabalho em conjunto”.

Relativamente às críticas que são feitas ao trabalho das autoridades, Marta Temido considerou natural que “as pessoas tenham opiniões”, mostrem os seus pontos de vista diferentes e apontem a que acham que deveria ser feito de uma forma que consideram mais adequada.

Isso faz parte da nossa vida em democracia e isso ajuda-nos, a quem está nestes lugares, a tentar fazer melhor todos os dias”, disse, sublinhando que neste momento os decisores têm de estar “muito concentrados em encontrar soluções para cada problema” e é isso que têm feito ao longo deste período.

 

Todos os dias há sempre novos problemas e às vezes aquilo que as pessoas não entendem é que estamos numa fase de uma enorme incerteza, de uma enorme exigência e muitas das coisas que nos vão acontecendo não têm resposta em livro nenhum, nunca foram experimentadas por país nenhum, por governo nenhum e, portanto, nós vamos procurando adequar as nossas respostas e é isso que às vezes é tão difícil de compreender porque quem está a menos dentro dos problemas, por quem está mais distante ou menos atento a estes aspetos”, rematou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,3 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 3.824 em Portugal.

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