Militar da GNR diz que apontou arma a chefe que a empurrou e assediou sexualmente - TVI

Militar da GNR diz que apontou arma a chefe que a empurrou e assediou sexualmente

  • RL
  • 19 nov 2019, 15:54
GNR

A militar da GNR de Mondim de Basto está a ser julgada por ameaçar um superior hierárquico com uma pistola, mas alega que era perseguida por ele, que queria que ela "satisfizesse os seus caprichos sexuais"

Uma militar da GNR de Mondim de Basto, que está ser julgada por ameaçar um superior hierárquico com uma pistola, alegou em inquérito que foi empurrada por umas escadas e que o visado a assediava sexualmente.

"Ele queria que eu satisfizesse os seus caprichos sexuais", afirmou, numa alegação rejeitada pelo arguido, também em sessão de julgamento.

Segundo o Ministério Público, em causa está uma altercação entre a militar e o chefe, com a patente de guarda principal, acabou com a arguida a cair de umas escadas e a ameaçar o opositor “com recurso a arma de fogo

No processo, a militar responde pela alegada prática de um crime de insubordinação por ameaças ou outras ofensas, previsto e punido pelo Código de Justiça Militar com pena de um a quatro anos de prisão.

O incidente levou a participações cruzadas, com a mulher a imputar ao guarda principal e a um cabo a prática de ofensas à sua integridade física, mas o MP, apoiado no parecer de um assessor militar, apenas acusou a guarda.

O que se passou nas escadas do posto da GNR de Mondim terá sido, segundo a versão do MP, que o guarda principal “tocou inadvertidamente com a zona do seu tronco no ombro da arguida, provocando-lhe um desequilíbrio, seguido de queda no solo, com o corpo e mãos para a frente”, isto “no momento em que a arguida já se encontrava a descer o último degrau das escadas”.

Ainda segundo o MP, o guarda principal, “percecionando que o contacto físico não era suficiente para lhe provocar a queda”, disse à arguida para se deixar de “fitas”, ou seja, de fingimentos, e que o acompanhasse no patrulhamento para que ambos estavam escalados. Ainda no solo, a arguida “sacou da sua arma de serviço do coldre, municiou-a e apontou-a ao guarda principal”, injuriando-o, continua o Ministério Público.

A versão da militar acusada e que está descrita na acusação é a de que, além do contacto físico entre “ambos, ao nível do peito e ombro, também terá sentido um dos pés do guarda principal a tocar no seu pé”, para forçar o seu desequilíbrio. A arguida alegou ainda que tirou a arma do coldre, colocado no lado direito da cintura, porque lhe estava a provocar dores, na sequência da queda, e afirmou que apontou a arma ao guarda principal porque pensou que este “a iria agredir, dar-lhe um pontapé ou algo do género”.

Já em sessão de julgamento, a mulher arguida assegurou que andava a ser assediada sexualmente pelo guarda principal, que se constituiu assistente no processo.

 

Continue a ler esta notícia