Alentejo e Algarve são as regiões com mais suicídios - TVI

Alentejo e Algarve são as regiões com mais suicídios

Mulheres tentam mais, mas homens têm taxas mais elevadas de suicídios concretizados

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As mulheres lideram as tentativas de suicídio em Portugal mas são os homens que registam taxas mais elevadas de suicídios concretizados, por utilizarem métodos mais eficazes, como enforcamento, medicamentos e nas áreas rurais pesticidas e armas de fogo.

O retrato foi traçado pelo coordenador nacional para a Saúde Mental, Caldas de Almeida, na sequência de um estudo do Alto Comissariado da Saúde (ACS), que lança alguns dados sobre o suicídio no Continente.

Com base em dados do último Inquérito Nacional de Saúde (2005-2006), do Infarmed e do Instituto Nacional de Estatística, o Gabinete de Informação e Prospectiva do ACS indica que os homens registam as mais elevadas taxas de suicídio, especialmente os indivíduos com mais de 65 anos e viúvos. Seguem-se os divorciados ou separados.

Estes registos mostram a «influência significativa de perda de uma pessoa, em especial de um cônjuge», segundo Caldas de Almeida. O padrão do estado civil é semelhante para ambos os géneros.

As taxas são mais elevadas entre os trabalhadores não qualificados, seguindo-se os trabalhadores de profissões manuais e os ligados à agricultura e pescas.

Taxas mais elevadas no Alentejo e Algarve

Na população com 65 anos ou mais, a taxa de suicídio é mais elevada no Alentejo e abaixo dessa idade os números mais expressivos registam-se no Algarve. O suicídio tem aumentado no Algarve, facto que foi determinado pela população feminina, ao contrário do que acontece nas restantes regiões do país.

A maior expressão no sul tem, porém, diferentes explicações conforme as regiões: no Alentejo deve-se ao isolamento e há existência de muitos homens idosos que acusam o peso dessa situação. No Algarve, a explicação passa pela população flutuante que atrai, nomeadamente para a área do Turismo e que inclui muitos migrantes e imigrantes que viajam sozinhos.

Entre 2003 e 2005, o suicídio era a oitava causa de morte em Portugal. No período 1999-2001 a média anual de óbitos por suicídio aumentou nos dois géneros e a média de idade passou dos 45,4 para 46,5 anos. Nos homens foi de 47,7 e para as mulheres de 49,1.

Nas faixas etárias mais baixas, depois dos acidentes viários e SIDA, o suicídio continua a ser uma das causas de morte.
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