Morreu o empresário Pedro Queiroz Pereira - TVI

Morreu o empresário Pedro Queiroz Pereira

  • CM
  • 19 ago 2018, 09:34

Dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu neste sábado, aos 69 anos

O empresário Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes de Portugal, dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu este sábado, aos 69 anos, confirmou a TVI neste domingo.

Segundo a revista Forbes, era detentor de uma fortuna avaliada em mais de mil milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o quinto mais rico do país.

Acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da Navigator, mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

Tentou controlar a Cimpor, chegou a lançar uma oferta pública de aquisição sobre a cimenteira, em conjunto com a suíça Holcim, mas acabou por ver a Cimpor entregue ao bloco Teixeira Duarte, BCP e Lafarge.

Tinha uma ligação histórica ao Grupo Espírito Santo, do qual era acionista, mas o caso Cimpor acabou por marcar uma rutura com Ricardo Salgado, a quem chegou a acusar de traição.

Um empresário com paixão por automóveis

Pedro Queiroz Pereira é mais conhecido por ser um dos importantes empresários portugueses, dono da papeleira Navigator e da cimenteira Secil, mas também adorava conduzir e chegou a ser piloto de competição.

Apontado como uma referência na indústria portuguesa, onde exerceu vários cargos de administração, passou por outros setores de atividade, como o comércio, o turismo e a agricultura, nomeadamente na sua passagem pelo Brasil.

Atualmente, era acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da The Navigator (antiga Portucel), mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

O seu nome é associado ao caso relacionado com a Cimpor, cimenteira que tentou comprar através de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) hostil, mas faz lembrar igualmente a relação com o banqueiro Ricardo Salgado, com quem acabou por entrar em desacordo sobre aquela empresa.

A OPA sobre a Cimpor foi lançada em 2000, numa operação avaliada em 550 milhões de contos (mais de 2.500 milhões de euros), a qual acabou por perder.

Pedro Mendonça de Queiroz Pereira nasceu em 5 de março de 1949. Frequentou o Colégio Militar e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, mas deixou os estudos para se dedicar aos negócios.

Acompanhou a família quando esta deixou Portugal e se instalou no Brasil, no período que sucedeu ao 25 de Abril.

Na apresentação que consta do relatório de governo da sociedade de 2017 da The Navigator Company, é apontado que frequentou o curso geral dos liceus em Lisboa e o Instituto Superior de Administração.

No Brasil, Pedro Queiroz Pereira seguiu a sua paixão por carros e foi praticante de desportos automóveis, nomeadamente Fórmula 2, tendo participado em competições onde também estava Ayrton Senna. Nesta área da sua vida, era o PêQuêPê, ou PQP, as iniciais do seu nome.

Quando regressou a Portugal, continuou a ter funções de administração nas sociedades controladas pela família. Em 1995, com a expansão dos interesses dos Queiroz Pereira aos cimentos, passou a exercer o cargo de presidente do Conselho de Administração na Secil e na Semapa e presidente executivo (CEO) da última, função que deixou em 2015.

Desde 2004, exercia igualmente funções de presidente do Conselho de Administração da Navigator.

O ano do anúncio de que a liderança executiva da Semapa seria assumida por João Castelo Branco, então diretor da McKinsey Ibérica, foi o mesmo do lançamento, pela Semapa, de uma OPA sobre o seu próprio capital, oferecendo em troca ações da Portucel.

Aquela operação foi chamada por alguns de oferta pública de troca (OPT), feita às ações da Semapa que não eram detidas pela Soldim, a ‘holding’ familiar controlada pela família Queiroz Pereira.

Em 6 de novembro de 2009, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial - Classe do Mérito Industrial.

Mais do que um património, Pedro Queiroz Pereira deixa […] força numa estrutura empresarial […], mas principalmente valores como coragem, independência, frontalidade e honestidade, com que sempre geriu as suas empresas e que deixa como legado a todos os mais de 6.000 colaboradores da Semapa e das suas participadas Navigator, Secil e ETSA", segundo a nota do "mais profundo pesar" emitida hoje pelo Conselho de Administração da Semapa, após o anúncio da sua morte.

 

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