Incêndio: autópsias já foram feitas mas há corpos por identificar - TVI

Incêndio: autópsias já foram feitas mas há corpos por identificar

  • 21 jun 2017, 19:00
Funeral do bombeiro de Castanheira de Pera

Ministra da Justiça revela que Medicina Legal já autopsiou todas as vítimas do grande incêndio. Testes de ADN e reconhecimento através dos dentes deverão permitir concluir as identificações

A ministra da Justiça revelou esta quarta-feira que o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) já concluiu todas as autópsias aos cadáveres recolhidos durante a tragédia de Pedrógão Grande, embora alguns desses corpos estejam ainda por identificar.

Em declarações à agência Lusa, após deslocar-se às instalações do Instituto de Medicina Legal em Coimbra para fazer um "balanço da atividade", Francisca Van Dunem congratulou-se com o facto de o INML ter realizado todas as autópsias "num tempo recorde" de 48 horas, mais precisamente entre a madrugada de segunda-feira e às 4:00 desta quarta-feira.

Segundo a ministra, a conclusão deste trabalho só foi possível graças a uma "enorme coordenação" dos serviços do INML, que juntou pessoas e que "funcionou 24 horas sobre 24 horas".

É manifesto que havia aqui pessoas em estado de exaustão completa porque estavam a trabalhar há mais de 24 horas, conseguindo fazer as autópsias de acordo com todas as regras exigidas por esta arte", referiu.

Francisca Van Dunem referiu que na madrugada estavam as autópsias "todas concluídas", mas que ainda há cadáveres depositados no INML em Coimbra, devido ao problema da identificação.

A identificação está a ser um trabalho em colaboração com a Polícia Judiciária", adiantou a ministra, esclarecendo que essa "identificação judiciária" resulta quer do reconhecimento dos corpos através de familiares das vítimas, quer de informações recolhidas localmente pela PJ sobre os automóveis em que as pessoas estavam ou outros elementos de natureza médico-legal como altura e idade aproximada das vítimas.

De acordo com a ministra, outros fatores podem ainda ajudar a PJ a identificar as vítimas autopsiadas. Admitiu que também houve recurso a testes ADN e ao reconhecimento através dos dentes das vítimas.

À espera dos familiares

Quanto aos cadáveres cuja identificação ainda não está determinada, Francisca Van Dunem explicou que caso as famílias apareçam a reclamar os corpos será possível extrair material genético para, depois, se realizar o processo de comparação nos casos em que haja dúvida.

Essas amostras dos familiares podem ser recolhidas desde que os familiares se desloquem à delegação do INML mais próximo da sua residência, indicou a ministra.

Postos para documentos

Francisca Van Dunem disse ainda que foram criados sete postos móveis - Castanheira de Pera, Avelar, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Ansião, Góis e Pampilhosa da Serra - que permitem às pessoas que perderam documentos durante os incêndios tirar aí o cartão do cidadão.

Em todos estes sítios foram criados postos móveis onde as pessoas se podem dirigir para tirar os documentos", disse Francisca van Dunem.

Para responder aos problemas das pessoas que perderam veículos, alguns deles agrícolas, durante os incêndios e que pretender proceder ao abate dos mesmos, a ministra garantiu que o seu Ministério está a trabalhar no sentido de "rapidamente ter um processo simplificado de registo de abate" de veículos, que também poderá ser feito nos postos móveis onde presentemente se podem tirar novos documentos.

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