Quase 1700 mortos na onda de calor do verão - TVI

Quase 1700 mortos na onda de calor do verão

Calor

Relatório aponta para aumento de afluência às urgências e de chamadas para o INEM e para a Linha de Saúde 24, entre 23 de Junho e 14 de Julho

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A onda de calor registada no Verão fez quase 1700 mortos, de acordo com um relatório da Direção-Geral de Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira pelo jornal «Público». O mesmo documento aponta para um aumento das chamadas para o INEM e para a Linha de Saúde 24, assim como das idas às urgências, entre os dias 23 de Junho e 14 de Julho.

Os 1684 óbitos registados correspondem a mais 30 por cento do que seria normal para aquela época do ano. A título de exemplo, no dia 8 de Julho, a mortalidade chegou a ser 105 por cento acima do esperado. Este dia foi antecedido pelos três dias em que a temperatura média máxima nacional atingiu o seu máximo (38ºC).

«Em termos gerais, observou-se um excesso de mortalidade mais elevado nas mulheres (45%) em comparação com os homens (21%). Por grupo etário, apenas foram observados excessos de mortalidade significativos na população acima dos 75 anos. Abaixo deste limiar de idade, foram observados excessos de mortalidade entre os 45 e os 74 anos, que não se revelaram estatisticamente significativos», avança o relatório.

Em termos de regiões, o Norte do país registou um aumento de 41 por cento na mortalidade, durante aquele período, e a região Centro um aumento de 36 por cento.

«Esta onda de calor teve um impacto apreciável na mortalidade, situando-se, quando comparada com as ondas de calor que afetaram Portugal em 1981, 1991 e 2003, no terceiro lugar», atrás da onda de 1981 (excesso de 1.900 óbitos) e de 2003 (1.953 óbitos a mais), mas ultrapassando a de 1991 (excesso de 1.000 óbitos).

A onda de calor levou também a um aumento do número de chamadas para a linha Saúde 24, estimando-se um acréscimo de 46,7%, e a um aumento do total de ocorrências registadas pelo INEM, na ordem dos 27,8%.

Entre as ocorrências mais registas devido ao calor, a DGS destaca as designadas por «alteração do estado de consciência», que teve um aumento de 42,4%, e a «dispneia», cujo acréscimo foi de 24,6%.

O relatório da DGS aponta ainda para um aumento da procura de cuidados médicos nos serviços de urgência, com picos máximos nos dias 1,8 e 15, sendo o maior o do dia 8.

Em média, registou-se um acréscimo dessa procura de 7,7%, o que se traduziu em diferentes aumentos regionais: 7,5% na região Norte, 9,5% no Centro, 5% em Lisboa e Vale do Tejo, 9,6% no Alentejo e 5,8% no Algarve.

Para haver uma onda de calor, é necessário que a temperatura esteja acima da média para determinada altura do ano durante mais de 10 dias consecutivos. Os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, citados pelo «Público» indicam que houve uma onda de calor entre os dias 22 e 30 de Junho. No dia 3 de Julho, veio uma nova onda de calor, que ficou até dia 13, sobretudo na região de Trás-os-Montes.

Notícia atualizada
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