Grupo no Facebook para vítimas de violência doméstica junta 7.200 pessoas em três dias - TVI

Grupo no Facebook para vítimas de violência doméstica junta 7.200 pessoas em três dias

  • BC
  • 26 set 2019, 00:06
Violência doméstica

Grupo só aceita mulheres e quer ser plataforma de desabafo

Um grupo criado na rede social Facebook contra a violência doméstica juntou em três dias mais de 7.200 pessoas, "só mulheres", e pretende ser um "espaço seguro" para que as vítimas possam "desabafar".

Em declarações à Lusa, à margem da primeira ação do grupo, que juntou esta noite cerca de uma centena de pessoas numa vigília na cidade de Braga, no local onde na passada quarta-feira foi morta uma mulher pelo ex-companheiro, uma das fundadoras do grupo naquela rede social, Anabela Ataíde, afirmou estar "estupefacta e surpreendida" pela adesão e pelas histórias que “lá vão sendo contadas".

Numa altura em que a violência doméstica "volta a estar na ordem do dia", o objetivo é "criar um lugar seguro para partilha de medos e experiências" para que "se possam evitar mais Gabrielas [nome da mulher que foi morta pelo ex-companheiro]", esclareceu Anabela Ataíde.

Aqui, cada uma, cada vítima, cada especialista que queira aderir, cada futura Gabriela pode vir falar, sem medo de represálias dos companheiros. É por isso que só aceitamos mulheres no grupo", explicou.

Além da vigília desta noite, o grupo já tem preparadas mais ações de "informação e de luta" porque “este flagelo não pode continuar", disse Anabela Ataíde.

Para o dia 05 de outubro está a ser organizada uma caminhada que vai passar pelo cemitério de Braga e acabar no Tribunal da cidade, passando ainda pelas instalações da Segurança Social: "Sítios onde nos devíamos sentir seguras e não sentimos", referiu Anabela Ataíde.

O grupo vai ainda marcar presença à porta do Tribunal de Braga quando o ex-companheiro de Gabriela, que está atualmente detido preventivamente, for julgado.

"Vamos lá estar, de forma ordeira, para lembrar os homens da Justiça que há houve Gabrielas a mais e se as penas continuam a ser quase simbólicas mais haverá", explicou.

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