Violência: namorar e apanhar - TVI

Violência: namorar e apanhar

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Número de vítimas até aos 24 anos foi o que mais cresceu, em 2006. O aumento é de 59 por cento. Agressões dentro do namoro ainda não são consideradas violência doméstica. Para muitos adolescentes bater «é normal»

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O namoro está habitualmente associado a uma fase romântica da vida. No entanto, em Portugal, está também ligado, em muitos casos, à violência. O aumento nos casos e denúncias de violência doméstica, registados em 2006, teve maior expressão nas vítimas com idades até aos 24 anos. Este sábado é o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Os dados da PSP e da GNR dos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o primeiro semestre de 2005, revelam um aumento de 59 por cento de vítimas com idades até aos 24 anos. De 917 vítimas passamos para 1459. Apesar de não ser o escalão onde existem mais casos, é aquele que regista o maior aumento.

A maior parte das ocorrências de violência doméstica ocorre já na idade adulta, nomeadamente, a partir dos 25 anos. Neste escalão foram registadas 8,177 vítimas, no primeiro semestre deste ano, contra 6,119, no mesmo período do ano passado. Um aumento de 34 por cento, segundo os dados das forças de segurança.

«Há um aumento de casos. No entanto esperamos que com a entrada da nova lei esse aumento ainda seja maior», afirmou ao PortugalDiário Helena Sampaio, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. O crime entre namorados ainda não está tipificado como violência doméstica, pelo que, ainda não é crime público (pode ser denunciado por qualquer pessoa). «As agressões são registadas apenas quando há queixa da vítima e são tipificadas como crimes ¿normais¿», explicou.

O surgimento de mais relatos de violência entre jovens motivou já que a Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica (EMCVD) lançasse um folheto para prevenir os jovens de que «a violência nas relações de intimidade não ocorre só entre pessoas casadas, não ocorre só entre parceiros que viveram ou vivem juntos».

«Alguns jovens acham que é normal haver violência, que bater é normal. O nosso dever é passar a mensagem de que isso não é a realidade», explicou fonte da EMCVD. O folheto de prevenção alerta ainda que «o ciúme excessivo não é um sinal de amor, mas de possessividade e controlo».
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